COLUNA DO DOMINGOS KETELBEY

Em tom crítico a Mabel, Igor Franco fala em “retaliação e perseguição”

Vereador evita cravar ida a oposição, mas deixa liderança com críticas ao Paço

O vereador Igor Franco (MDB) reagiu nesta sexta-feira (29) à sua destituição do cargo de líder do governo na Câmara de Goiânia. Em pronunciamento, ele disse ter recebido a decisão do prefeito Sandro Mabel (União Brasil) com “tranquilidade”, mas fez duras críticas à gestão, acusando o Paço de retaliação e perseguição política. Apesar do tom crítico à gestão municipal, ele evita cravar após questionamento feito pela coluna, migrar da base para a oposição.

“Natural, a retaliação, a perseguição, os cortes, as exonerações. Mas jamais vão me calar. Jamais vão calar o nosso mandato. Jamais vão calar 8.057 votos de confiança”, declarou. Além de perder a liderança do governo, Igor Franco também viu seu irmão, Diogo Franco, ser exonerado nesta semana do cargo de secretário de Desenvolvimento, Indústria, Comércio, Agricultura e Serviços.

O gesto reforçou o clima de rompimento com o Paço Municipal e foi lido como mais uma resposta direta do prefeito ao posicionamento do vereador em apoiar e ser um dos principais articuladores da criação da Comissão Especial de Inquérito que vai investigar o Consórcio LimpaGyn, publicado no final da semana passada.

No posicionamento, inclusive, Igor voltou a criticar o contrato com o consórcio LimpaGyn, que considera ineficaz. “Por todas as ruas de Goiânia que você passa, tá sujo, tá encardido, lixo pra todo lado. Várias denúncias, que antes eram denúncias, agora foram caracterizadas de fato”, citando que Mabel, até no final do ano passado, também criticava o contrato.

O vereador rebateu ainda a narrativa de que buscava cargos dentro da administração. “Essa narrativa comigo não cola. Eu entrei na política pra prestar um bom serviço, um bom atendimento. Eu não estou numa política jamais para ser chamado de malandro ou vagabundo”, disse.

Questionado pela coluna se agora adotará postura oposicionista, Igor Franco evita cravar, mas dá pistas do que fará no futuro. “Nós, vereadores, não nos colocamos como oposição, mas também não podemos ser confundidos como uma base automática. Nosso posicionamento hoje é de independência: vamos apoiar aquilo que for bom para Goiânia e fiscalizar, com firmeza, o que entendermos que não atende à população”, destaca.