COLUNA DO DOMINGOS KETELBEY

Mabel vê ‘pressão por cargos’ em avanço da CEI da Limpa Gyn e retorno da Taxa do Lixo

Prefeito respondeu de forma irônica questionamento, mas indicou assunto superado

O prefeito de Goiânia Sandro Mabel (União Brasil) atribuiu a um movimento fisiológico de ‘pressão por cargos’ como parte do movimento de vereadores que resultou no avanço da Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar o contrato da Prefeitura com o Consórcio Limpa Gyn e no retorno do debate sobre a revogação da Taxa de Limpeza Pública (TLP), conhecida como Taxa do Lixo. A declaração ocorreu em entrevista exclusiva à coluna concedida nesta quarta-feira (13).

Mabel minimizou a instalação da comissão, que conta com apoio de parlamentares da própria base, incluindo o líder do governo na Câmara, Igor Franco (MDB), e disse não se incomodar com as investigações. “Problema nenhum. Não tenho problema com CEI. Pode fazer quantas quiser pra mim”, ironizou.

De acordo com o prefeito, a resistência inicial do Paço à comissão estava relacionada ao aterro sanitário, mas a questão foi “distensionada” e não gera mais preocupação. Para ele, as duas pautas não estão diretamente ligadas, mas o momento é aproveitado por parte do Legislativo para tensionar a relação com o Executivo.

“Acabou aquela folga de o cara ter 800 mil reais de cargo. Isso aí acabou. Então eles têm que tentar me apertar de algum jeito. Tem uns três, quatro que ainda pensam assim. Eles vão ter que mudar o pensamento, porque eu não vou mudar o meu”, salientou.

Mabel classificou o movimento como ‘fisiológico’ e citou reportagens que, segundo ele, reforçam a tentativa de pressão política. “Não sou o prefeito que vai ser apertado. Quando as coisas são certas, eu volto atrás. Mas não cedo para abrir confusão”, declarou, lembrando que já cancelou medidas que considerou desnecessárias, como a renovação de um carro blindado.

Sobre a possibilidade de trocar o líder do governo na Câmara, o prefeito respondeu que essa é “uma decisão para a hora certa”. Ele também afirmou que, se a CEI avançar, vai colaborar e permitir que vereadores acompanhem o trabalho da Limpa Gyn. “Agora 37 vereadores vão fiscalizar vocês”, disse ter comunicado ao consórcio. Nos bastidores, porém, comenta-se que a resposta não será tão amigável assim.

Para Mabel, quando os vereadores votam contra propostas legítimas do Executivo, prejudicam a cidade. “Eu não sou dono dela [de Goiânia], mas me dispus a ajudar pela minha experiência. Se quiserem derrubar, derrubem. Faz diferença para a cidade, não para mim”, concluiu. Vale lembrar que a taxa do lixo foi uma proposta encaminhada pelo próprio Executivo ainda durante o período de transição quando o atual prefeito sequer havia assumido.