Quando a mente pede socorro: surtos, prevenção e o alerta do Setembro Amarelo
Especialistas alertam que surtos psicóticos podem surgir de forma repentina e por diferentes causas
Os recentes casos de surtos psicóticos em Goiás chamam atenção para um problema que pode acontecer com qualquer pessoa, em diferentes circunstâncias. Nos últimos dias, situações graves foram registradas: em Aparecida de Goiânia, um homem atacou pessoas aleatórias com um facão no Setor Colina Azul, deixando um jovem de 20 anos ferido e sem movimentos dos dedos após tentar se defender.
Em Goiânia, outro homem se trancou em um apartamento com a esposa e o filho, provocando grande mobilização da polícia militar e do corpo de bombeiros. Também na capital, um motorista invadiu o Shopping Flamboyant com o carro e, segundo a polícia, apresentava tremores e falava coisas desconexas. E em Caiapônia, um morador colocou fogo na própria casa, atingindo parte da cozinha e dois botijões de gás.
O que todos esses casos têm em comum? Segundo especialistas, os envolvidos apresentavam sinais de surto psicótico. E os números nacionais mostram a dimensão do problema: de acordo com o Ministério da Saúde, os atendimentos a pacientes em surto psicótico quase dobraram entre 2020 e 2024, saltando de pouco mais de 5 milhões para mais de 9 milhões.
O psiquiatra Brunno Moleta explica que os episódios podem surgir de forma repentina e por diversos fatores. “Um surto pode ser desencadeado, por exemplo, pela abstinência de álcool ou de algum medicamento, mas também por questões médicas como um tumor ou outras alterações de saúde”, afirma.
Ele reforça ainda a importância da prevenção. “Na maioria das vezes, as pessoas só procuram um psiquiatra quando a situação já está muito complicada. É fundamental buscar acompanhamento antes, para evitar que o quadro se agrave”, destaca.
Neste mês do Setembro Amarelo, a reflexão se torna ainda mais necessária: cuidar da saúde mental é tão importante quanto cuidar da saúde física. Estar atento aos sinais de quem está ao nosso redor e incentivar a procura por ajuda profissional pode salvar vidas.
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