EXPLICAÇÃO

Caso Eloá: entenda por que sobrevivente do sequestro não está em documentário da Netflix

Nayara e Eloá eram melhores amigas

A ausência de Nayara Rodrigues, sobrevivente do sequestro que resultou na morte de Eloá Pimentel em 2008, é um dos pontos que mais chamou atenção no documentário Caso Eloá: Refém ao Vivo, da Netflix. A produção lançada na quarta-feira (12) reúne depoimentos inéditos de familiares, amigos e profissionais que acompanharam a cobertura do caso, mas não conta com a participação da jovem que também vivenciou os dias de cárcere privado ao lado da melhor amiga.

Nayara, que foi baleada no rosto durante a invasão policial ao apartamento onde as duas estavam mantidas reféns por Lindemberg Alves, se recusou a participar do documentário e revisitar publicamente o trauma quase 17 anos depois.

Em entrevista ao portal Metrópoles, a diretora Cris Ghattas e a produtora Veronica Stumpf explicaram que o convite foi feito. “Nós convidamos e procuramos todas as pessoas que estiveram envolvidas no caso, mas a Nayara preferiu não participar. Acredito que ela ainda carrega uma ferida. Esse assunto continua muito sensível para ela, e nós respeitamos”, afirmou Cris.

Discreta desde o fim do processo judicial, Nayara mantém uma vida reservada e raramente concede entrevistas. Sua última aparição pública de maior repercussão ocorreu em 2012, durante o julgamento que condenou Lindemberg a 98 anos de prisão.

Indenização de R$ 150 mil

Em 2018, ela foi indenizada em R$ 150 mil pela Justiça de São Paulo, que reconheceu falhas da Polícia Militar ao permitir seu retorno ao cativeiro mesmo após ter sido liberada pelo sequestrador horas antes.

O documentário, que reconstrói as 100 horas de tensão acompanhadas ao vivo pela imprensa, traz relatos inéditos dos pais de Eloá, do irmão Douglas, além de jornalistas e autoridades que participaram diretamente das negociações.