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Quem está desesperado pela nova temporada das coisas estranhas?

Eu não assisto Stranger Things. Não só não assisto como não pretendo assistir. E é…

Eu não assisto Stranger Things. Não só não assisto como não pretendo assistir. E é importante dizer isso nesse mundo de séries que “você tem que ver”. Toda série que estreia e tem bafafá na rede é dessa categoria “você tem que ver”. Bicho, se tem algo que não me comove é a turba dizendo que eu tenho que assistir aquilo. Velho, eu tenho que fazer tantas coisas mais importantes e não faço… Não será uma hashtag que irá me mobilizar, né? Agora que você já sabe que não acompanho a história de Stranger Things, entro no assunto de fato desse texto: está engraçado acompanhar a ansiedade e o furor da rapaziada fã da série.

Convivo em casa com quem é fã de carteirinha da turminha muito louca que se mete em aventuras paranormais naquele climão típico de Sessão da Tarde oitentista. Foi quase um enfarto a cada vez que pintava notícia nova da série nas redes, gritinhos eufóricos a cada nova foto, urros de alegria com o novo trailer. E assistindo ao episódio que inaugurou a nova temporada foi novamente um quase enfarto. Por minuto.

É preciso reconhecer que a estratégia da produção do Stranger Things foi competente ao criar seu produto. Apelou para a nostalgia de uma geração criada na base de Atari mais Goonies e convenceu esses tiozinhos a aplicarem a obra de estética eivada de memória afetiva nos filhos. Bingo. A série atingiu gerações distintas e com isso se transformou em fenômeno de audiência. O faniquito geral em torno da quarta temporada é prova de que os caras são sucesso.

Como não tenho envolvimento emocional com a história, me divirto com as conversas que ouço na mesa do almoço. É confusão no laboratório de lá, é crítica à Eleven pra lá, é medo de um monstro de poderes sombrios acolá. Uma farra. E claro que me perco nos memes que não entendo e que saltam aos olhos a cada rolada na timeline.

Enquanto quem é esperto se diverte com as coisas estranhas que a Netflix botou na praça, eu, trouxa que sou, me preocupo com as coisas estranhas que povoam aquele universo inacreditável de Brasília… Cada um com seu monstro, né?

@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Netflix