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Simone Mendes relembra que pai foi enterrado como indigente: ‘Diretamente na terra, a chuva foi levando’

Sertaneja falou sobre a infância difícil

A cantora Simone Mendes relembrou um dos episódios mais marcantes e dolorosos de sua infância. Ao falar sobre a perda do pai, a sertaneja contou que ele acabou sendo enterrado como indigente, situação que a artista descreveu com a lembrança de que o corpo foi colocado diretamente na terra, onde “a chuva foi levando”. O relato foi dado no programa Angélica ao Vivo.

Nascida em Uibaí, no interior da Bahia, Simone viveu parte da infância no Mato Grosso, para onde a família se mudou em busca de melhores condições. O pai, Antonio, trabalhava como garimpeiro e acreditava no sonho de oferecer uma vida mais digna aos filhos durante o período de expansão da mineração na região. “Meu pai era um cara sonhador. Ele sonhava em melhorar a vida, buscar oportunidade”, disse a imrã de Simaria.

Em meio à crise financeira profunda, a família não teve condições de arcar com um enterro. Simone contou que a morte ocorreu num momento de total vulnerabilidade. “Perdi meu pai com oito aninhos. Quando ele morreu, foi enterrado como indigente, porque éramos muito pobres. Minha mãe não tinha estudo”, relembrou.

A cantora relatou ainda que ela e Simaria cresceram com o desejo de dar ao pai o sepultamento digno que ele não teve. No entanto, o sonho não pôde ser realizado. Como o corpo havia sido colocado diretamente na terra, o túmulo acabou se desfazendo com o tempo. “Prometemos ao nosso pai que, o dia que Deus abençoasse nossa vida, tiraríamos o corpo de lá. Mas a chuva foi levando. Tentamos na Justiça, exumamos duas vezes, mas não tinha mais nada”, afirmou.

Simone também refletiu sobre o impacto desse trauma em sua trajetória pessoal e profissional. A artista, que começou a cantar aos 14 anos como backing vocal de Frank Aguiar, disse que a fé foi o que a sustentou nos momentos mais difíceis. “É uma história dolorosa. Acredito que a boa mão de Deus me olhou ali naquele vale, naquela luta toda que vivemos”, declarou.

Simone carrega lembranças afetuosas do pai. “Era um cara muito amoroso, que colocava no colo, beijava, mesmo não tendo nada, pegava fiado”, completou.