Xania Monet, cantora virtual criada por IA, assina contrato milionário com gravadora nos EUA
Criação da compositora Telisha Jones, projeto já soma milhões de streams

A compositora norte-americana Telisha Jones, do Mississippi, e sua criação digital, Xania Monet, fecharam contrato estimado em US$ 3 milhões com a Hallwood Media, empresa fundada por Neil Jacobson, ex-executivo da Interscope e representante de artistas como Murda Beatz e Sounwave. Com a cotação atual do dólar, o valor ultrapassa R$ 16 milhões.
Xania Monet, desenvolvida por inteligência artificial, já reúne mais de 115 mil seguidores no Instagram. Embora seja a artista virtual, é Jones quem escreve as letras e, por meio da plataforma Suno, transforma o material em músicas completas, com vocais e arranjos criados digitalmente.
O projeto ganhou destaque em agosto com o lançamento do álbum Unfolded. A faixa “How Was I Supposed to Know?” ultrapassou 5 milhões de reproduções no Spotify e no YouTube, segundo o portal Consequence. A voz de Xania tem sido descrita como uma fusão de Beyoncé e Alicia Keys, marcada por um sotaque do sul dos Estados Unidos.
Apesar do sucesso, o contrato levanta questões legais. Gravadoras têm movido ações contra a Suno, alegando que a plataforma utilizou músicas extraídas do YouTube para treinar seus sistemas. Além disso, o Escritório de Direitos Autorais dos EUA reconhece proteção apenas a obras criadas por humanos, permitindo que a inteligência artificial seja usada como ferramenta de apoio, mas sem garantir registro quando os elementos criativos são definidos por uma máquina.
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