Frustração marca 2025 do Goiás; relembre a temporada esmeraldina
Trocas de técnicos, queda de rendimento na Série B e decisões nos bastidores marcaram a temporada esmeraldina

A temporada de 2025 ficará marcada como uma das mais frustrantes da história recente do Goiás. Sem títulos, sem acesso e longe dos principais objetivos traçados no início do ano, o Esmeraldino acumulou eliminações, trocas de comando e decisões questionáveis nos bastidores que ajudaram a explicar o desfecho decepcionante.
O ano começou com a aposta no técnico Jair Ventura, anunciado ainda em dezembro de 2024 e com participação direta na montagem do elenco e na pré-temporada. A principal missão era clara: voltar a conquistar o Campeonato Goiano, algo que não acontece desde 2018. No entanto, o desempenho ficou aquém. Após uma campanha apenas regular na primeira fase — com 18 pontos, cinco vitórias, três empates e três derrotas, terminando na quarta colocação —, o Goiás passou pelo Crac nos pênaltis nas quartas de final, mas caiu na semifinal diante do Vila Nova. Derrota por 1 a 0 na Serrinha e empate sem gols no Serra Dourada selaram a eliminação.
Paralelamente ao Estadual, o clube dividia atenções com a Copa Verde, competição vista internamente como uma alternativa viável para garantir vaga na Copa do Brasil. Após a queda no Goianão, o foco se voltou totalmente ao torneio regional. O Goiás avançou com autoridade nas fases iniciais, goleando o Rio Branco-ES por 6 a 0 nas oitavas e eliminando o União Rondonópolis com vitórias por 2 a 0 e 3 a 0. Na semifinal, diante do Brasiliense, dois empates — 3 a 3 fora e 0 a 0 em casa — levaram a decisão para os pênaltis, onde o Esmeraldino venceu por 5 a 4.
Mesmo com a classificação à final, Jair Ventura acabou demitido. Em 18 partidas na temporada, somando Campeonato Goiano e Copa Verde, o treinador acumulou sete vitórias, sete empates e quatro derrotas, com aproveitamento de 51%. A diretoria optou por um velho conhecido: Vagner Mancini, que havia deixado o clube no fim de 2024 após bater na trave do acesso à Série A.
Sob novo comando, a Copa Verde ganhou status de prioridade máxima. O título garantiria vaga direta na Copa do Brasil de 2026, mas novamente o Goiás falhou no momento decisivo. Após empate sem gols no jogo de ida, a equipe abriu o placar na Serrinha, mas sofreu o empate do Paysandu nos minutos finais. Nos pênaltis, o time paraense levou a melhor, ficou com a taça e com a vaga, ampliando o sentimento de frustração.
Restava ao Goiás apostar todas as fichas na Série B do Campeonato Brasileiro. E o início animou o torcedor. O Esmeraldino fez um primeiro turno sólido, com 37 pontos em 19 rodadas, fruto de 11 vitórias, quatro empates e quatro derrotas, alcançando quase 65% de aproveitamento. O cenário era promissor.
No entanto, o segundo turno foi o retrato da instabilidade que marcou a temporada. O time caiu de rendimento, acumulou empates e derrotas e somou apenas 24 pontos, com seis vitórias, seis empates e sete derrotas, aproveitamento de 42%. A queda brusca levou à demissão de Vagner Mancini. A seis rodadas do fim, a diretoria apostou em um “fato novo” e contratou Fábio Carille para a reta final.
Nem a troca no comando foi suficiente. O Goiás chegou à última rodada dependendo apenas de si para conquistar o acesso, mas perdeu por 3 a 1 para o Remo, fora de casa, e terminou a Série B na sexta colocação, com 61 pontos. O time paraense ficou com a quarta vaga, somando 62 pontos.
O não acesso foi um verdadeiro balde de água fria, especialmente pelo contexto: o Goiás foi a equipe que mais tempo permaneceu no G-4, figurando na zona de acesso por 27 rodadas. Outro ponto negativo foi a ausência, pelo segundo ano consecutivo, na Copa do Brasil — cenário que só será revertido em 2026 graças à mudança no regulamento da competição.
Fora de campo, a temporada também terminou com mudanças significativas. O diretor de futebol Lucas Andrino deixou o clube, e a diretoria anunciou Michel Alves, ex-Novorizontino, para o cargo. Fábio Carille não teve o contrato renovado após o fim da Série B. Já no início de dezembro, o Goiás confirmou Daniel Paulista como novo treinador, responsável pela montagem do elenco visando 2026.
O próximo capítulo começa em janeiro. No dia 11, o Goiás estreia no Campeonato Goiano diante do Goiatuba, às 16h, no estádio Hailé Pinheiro. Após um ano marcado por frustrações, a expectativa é de reconstrução e de respostas dentro de campo.