Oposição do Goiás condena “gastança” na temporada 2025
Oposição aponta risco financeiro e defende mais vigilância para evitar agravamento em 2026

A oposição do Goiás Esporte Clube manifestou preocupação com a condução financeira do clube na temporada 2025 após a apresentação de um levantamento contábil baseado em dados do Portal da Transparência. O balanço, que considera o período de janeiro a novembro, já que os números de dezembro ainda não foram divulgados, aponta um déficit de cerca de R$ 69 milhões, cenário que gerou apreensão entre conselheiros e ex-dirigentes quanto ao futuro do clube.
Durante a reunião, a oposição destacou preocupação com o planejamento esportivo e financeiro do clube, especialmente diante do cenário projetado para 2026. Segundo a avaliação apresentada, o Goiás teria “dinheiro jogado fora” na montagem dos elencos dos dois últimos anos, além de um ambiente marcado pela troca constante de treinadores e pela ausência de uma liderança clara no comando do futebol. O temor é que o impacto dessa gestão recaia de forma ainda mais pesada na próxima temporada, quando o orçamento será drasticamente reduzido.
Ex-presidente do clube, Sérgio Rassi foi um dos principais críticos e apontou a existência de um modelo de gestão que, segundo ele, se perpetua independentemente de quem esteja no cargo.
“A oposição sempre vai existir, mas não é uma oposição com animosidade, com belicosidade, é uma oposição de ideais. Nós pensamos diferente do que está ocorrendo no Goiás já há décadas. Esse chamado poder paralelo que existe no Goiás é uma coisa nociva ao Goiás. Você pode mudar presidente, mudar comissões, mudar diretores de futebol, criar conselhos, mas a coisa continua a mesma”, afirmou.
Rassi também citou números que, na visão dele, ilustram o problema: “Sabemos que lá dentro uma ou duas pessoas dão sempre a última palavra, até nas contratações. Foram 22 jogadores contratados esse ano por um valor absurdo, quatro treinadores em poucos meses, algo dispendioso. Nossa oposição é vigilante e permanente, com um único propósito: fazer um Goiás melhor.”
O ex-presidente ainda fez um alerta contundente sobre o futuro próximo do clube, pedindo cautela ao torcedor esmeraldino.
“O nosso orçamento para 2026 é um quinto do que foi em 2025, que não conseguimos subir. Imaginem as cruzes que passaremos em 2026. Se tivéssemos jogadores da base para mesclar com dois ou três experientes, talvez tivéssemos mais chance de sucesso. Mas o torcedor não se iluda: será um ano de muita dificuldade. Se não houver união e vigilância, será um fiasco”, concluiu.