AUTOMOBILISMO

Pilotos se dividem em protesto antirracista na F-1

Minutos antes do início do GP da Áustria neste domingo (5), na abertura da temporada…

Minutos antes do início do GP da Áustria neste domingo (5), na abertura da temporada 2020 da F-1, todos os pilotos da categoria fizeram um protesto pedindo o fim do racismo. Dos 20 competidores, seis deles, no entanto, não se ajoelharam durante a execução do hino.

O gesto tem se repetido em várias manifestações pelo mundo desencadeadas após a morte do americano George Floyd, um homem negro que morreu após um policial branco se ajoelhar sobre o seu pescoço, em Minneapolis, nos EUA, no dia 25 de maio.

Na véspera da corrida, em uma reunião entre os pilotos, não houve consenso sobre a realização do gesto, fato que incomodou Lewis Hamilton, 35, o único negro no grid da F-1.

“Eu descrevi o cenário em que o silêncio é geralmente cúmplice. Mas acho que faz parte de um diálogo, de pessoas tentando entender, porque ainda existem pessoas que não entendem completamente o que está acontecendo e qual é a razão desses protestos”, afirmou o hexacampeão.

Max Verstappen e Charles Leclerc, dois dos seis pilotos que não se ajoelharam, justificaram suas posições neste domingo. Além deles, Antonio Giovinazzi, Carlos Sainz, Kimi Raikkonen e Daniil Kvyat não repetiram o gesto que também ficou notabilizado quando o quarterback Colin Kaepernick iniciou atos antirracismo na NFL, em 2016.

O holandês da equipe Red Bull afirmou que está comprometido com a luta contra o racismo, mas acredita “que todos têm o direito de se expressar de cada vez e da maneira que lhes convém”.

Já o monegasco da Ferrari disse que “o que importa são fatos e comportamentos em nossa vida em vez de gestos formais que poderiam ser vistos como controversos em alguns países”.

Em sua página oficial no Twitter, a F-1 divulgou vídeo com o momento do protesto e escreveu que “como indivíduos, escolhemos nossa própria maneira de apoiar a causa. Como um grupo de pilotos e uma família F1 mais ampla, estamos unidos em seu objetivo”.

​Apesar de não se ajoelharem, todos os pilotos usaram uma camisa com a inscrição “Fim ao Racismo”. A única exceção foi Hamilton, usou a frase “Vidas negras importam.”

O inglês, que nesta temporada busca o seu sétimo titulo na F-1 para igualar o recorde do ex-piloto alemão Michael Schumacher, tem cobrado ações para que a principal competição do automobilismo mundial seja mais inclusiva.

Após pressão do britânico, a F-1 anunciou nos últimos dias a criação do programa “We Race as One” (“Nós Corremos como Um”), com ações voltadas para a inclusão de pessoas de diferentes etnias, gênero e orientação sexual nas pistas e também no quadro de funcionários das equipes.