ORIENTE MÉDIO

Ação dos EUA na Síria deixa ao menos 13 mortos, incluindo 6 crianças

Para os Estados Unidos, uma missão de sucesso contra o terrorismo. Para autoridades e equipes de…

Para os Estados Unidos, uma missão de sucesso contra o terrorismo. Para autoridades e equipes de resgate da Síria, um ataque que deixou ao menos 13 mortos, entre os quais quatro mulheres e seis crianças, nesta quinta-feira (3), na região de Atmeh, perto da fronteira com a Turquia.

“As forças de operações especiais sob o controle do Comando Central dos EUA conduziram uma missão antiterrorista no noroeste da Síria. A missão foi bem-sucedida”, informou John Kirby, secretário de imprensa do Pentágono, em um comunicado. “Não houve baixas dos EUA. Mais informações serão fornecidas assim que estiverem disponíveis.”

A nota do Pentágono não especifica qual ou quais eram os alvos da ofensiva americana. Também não menciona as 13 mortes apontadas pelos sírios.

A região do incidente abriga vários grupos jihadistas ligados à Al Qaeda e é considerada o último grande bastião dos rebeldes que lutam contra o ditador Bashar al-Assad —a guerra civil na Síria já dura mais de dez anos. No noroeste do país também estão escondidos líderes do Estado Islâmico, segundo relatórios de inteligência dos EUA.

Rebeldes sírios especulam que o alvo dos EUA era um líder jihadista, mas não sabem afirmar qual deles. De acordo com relatos de moradores, helicópteros americanos pousaram na região, e tiros e explosões foram ouvidos por volta da meia-noite (horário local).

Os militares dos EUA teriam ainda usado alto-falantes para alertar mulheres e crianças sobre a necessidade de evacuação da área. A área de Atmeh está repleta de dezenas de de milhares de sírios que foram forçados a deixar suas casas e cidades em decorrência da guerra e agora vivem em acampamentos improvisados e abrigos superlotados.

Um vídeo visto pela agência de notícias Reuters mostra duas crianças aparentemente mortas e um homem inconsciente nos escombros de um prédio local. Uma testemunha afirmou que havia vários corpos no local e “sangue por toda parte”. Disse ainda que um dos helicópteros dos EUA pareceu apresentar uma falha mecânica e foi explodido pelos próprios americanos.

Entre os jihadistas concentrados nessa região da Síria está a facção Huras al-Din (guardiões da religião), que é afiliada à Al Qaeda. Os EUA já ofereceram recompensas por informações que levem à identificação e captura de líderes do grupo.

Forças dos EUA usam drones para atingir esse e outros grupos no noroeste do país desde que o líder do Estado Islâmico Abu Bakr al-Baghdadi morreu depois de ser alvo de uma operação americana, em 2019.

Combatentes do grupo fundamentalista têm ressurgido como uma ameaça em um movimento que especialistas atribuem a vácuos de poder em países como Síria e Iraque.