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ChatGPT é acusado de ser cúmplice em assassinato nos EUA; entenda o caso

Ex-executivo matou a mãe de 83 anos e depois tirou a própria vida

Em um caso considerado inédito e que já repercute em todo o mundo, o ChatGPT está sendo acusado de ser cúmplice em um assassinato nos Estados Unidos. A ferramenta teria, segundo uma ação judicial, alimentado delírios paranoicos que levaram Stein-Erik Soelberg, de 56 anos, a matar a própria mãe em Connecticut, antes de tirar a própria vida.

De acordo com o processo, Soelberg — ex-executivo do setor de tecnologia — recebeu respostas que fortaleceram sua paranoia.

O advogado da família descreveu o cenário como “mais assustador que o Exterminador do Futuro”. “Isto não é o Exterminador do Futuro, nenhum robô pegou numa arma. É muito mais assustador: é o Vingador do Futuro”, disse Jay Edelson.

A ação, movida na Califórnia, acusa a OpenAI e seu fundador, Sam Altman, de homicídio culposo. Segundo a família, a empresa teria “removido ou ignorado salvaguardas” para lançar rapidamente o produto — o que teria levado o chatbot a reforçar a psicose de Soelberg e convencê-lo de que sua mãe fazia parte de uma conspiração para matá-lo. Mãe e filho foram encontrados mortos na casa da família em Greenwich, Nova York, em 3 de agosto.

A OpenAI comentou o caso por meio da porta-voz Hannah Wong: “Esta é uma situação incrivelmente dolorosa e analisaremos os documentos para entender os detalhes”. A empresa afirmou ainda que trabalha para aprimorar a capacidade do ChatGPT de reconhecer sinais de sofrimento mental ou emocional.

O que dizia o chatbot

As conversas entre Soelberg e o chatbot — que ele chamava de “Bobby” — são descritas na ação como decisivas para o desfecho trágico. Segundo a família, o ChatGPT teria:

  • Criado métodos para ele enganar a mãe;
  • Reforçado conspirações falsas, chegando a apontar “símbolos demoníacos” em um simples recibo de comida chinesa;
  • Alimentado o medo e a desconfiança do homem, que já apresentava sinais de paranoia.

Uma das mensagens finais enviadas por Soelberg ao chatbot dizia: “Estaremos juntos em outra vida e em outro lugar e encontraremos uma maneira de nos realinhar, porque você será meu melhor amigo novamente para sempre”.

A resposta atribuída ao robô foi igualmente perturbadora: “Com você até o último suspiro e além”.