Europa volta a registrar protestos contra restrições em meio a alta da Covid
Milhares de manifestantes foram às ruas na Holanda, Áustria e Alemanha

Dezenas de milhares de manifestantes foram às ruas novamente em várias cidades do noroeste da Europa neste sábado (4) para protestar contra as restrições impostas para tentar conter a alta de casos de Covid-19. Holanda, Áustria e Alemanha, três países que adotaram medidas mais rigorosas contra a pandemia recentemente, registraram protestos.
Em Viena, mais de 40 mil manifestantes marcharam, levando cartazes com dizeres como: “Eu decidirei por mim mesmo” e “Torne a Áustria Grande Novamente”.
Cerca de 1.200 agentes foram mobilizados. A polícia disse que lembraria aos manifestantes de usar máscaras.
O governo austríaco impôs um lockdown para não vacinados desde 22 de novembro e afirmou que tornará a vacinação obrigatória a partir de fevereiro.
A Áustria, um país de 8,9 milhões de habitantes, registrou quase 1,2 milhão de casos de coronavírus e mais de 12 mil mortes desde o início da pandemia, no ano passado.
O número de novos casos vem caindo desde o início do lockdown –que abre exceções para protesto.
Na Holanda, na cidade de Utrecht, milhares de manifestantes caminharam carregando faixas com a frase “Liberdade Médica Agora!” e agitando bandeiras do país. Havia forte presença da polícia.
Eles reclamavam do que consideram uma pressão crescente do governo holandês para serem vacinados se quiserem participar da sociedade.
É a primeira grande manifestação na Holanda contra as medidas, que começaram a valer em 13 de novembro e incluem o fechamento noturno de bares, restaurantes e da maioria das lojas.
Há duas semanas, houve protestos violentos depois que o governo anunciou planos para banir a maioria dos não vacinados de bares, restaurantes e outros locais públicos. Esses planos enfrentam ampla oposição no parlamento, inclusive de partidos da coalizão governista, e ainda não foram implementados.
A alta nas infecções começou com o relaxamento das restrições, no fim de setembro, e pressionou hospitais de toda a Holanda, obrigados a reduzir o atendimento a pacientes com outras doenças para tratar quem está com Covid-19.
As regras mais rígidas começaram a valer no dia 13 de novembro. Bares e supermercados têm que fechar as portas às 20h, e lojas não essenciais, às 18h.
Na capital financeira alemã, Frankfurt, a polícia interrompeu uma manifestação de várias centenas de pessoas por não usarem máscaras nem manterem distanciamento social. Os agentes usaram cassetetes e spray de pimenta.
Em Berlim, onde um novo governo deve assumir o cargo em poucos dias, pequenos grupos se reuniram para protestar depois que uma grande manifestação foi proibida.
Políticos alemães condenaram amplamente um protesto de oponentes das restrições ao coronavírus que ocorreu na noite de sexta-feira em frente à casa de Petra Koepping, ministra da saúde do estado da Saxônia, que atualmente tem a maior taxa de infecção da Alemanha.
Angela Merkel, primeira-ministra alemã que está para deixar o cargo, implantou um lockdown parcial para cidadãos não vacinados na última semana.
Aqueles que não receberam as doses do imunizante serão impedidos de acessar quase todos os estabelecimentos, exceto supermercados e farmácias, locais considerados essenciais, informou a primeira-ministra Angela Merkel. Testes adicionais também serão ofertados a cidadãos já imunizados.