LUTO

Idosa que restaurou ‘Ecce Homo’ e virou ícone pop mundial morre aos 94 anos

Cecilia Giménez tinha 94 anos e morava em casa de repouso. Restauração de Ecce Homo atraiu turistas do mundo inteiro para Espanha

(Folhapress) Cecilia Giménez, a idosa espanhola que ficou mundialmente famosa ao tentar restaurar a obra do século 19 “Ecce Homo”, de Elías García Martínez, morreu nesta segunda (29) aos 94 anos, na casa de repouso onde morava. A informação é do jornal espanhol ABC.

Inicialmente criticada pela restauração, a artista amadora acabou virando um ícone pop no mundo inteiro.

A restauração fracassada do “Ecce Homo” de Borja, na Espanha, foi um ímã para milhares de turistas ávidos para conhecerem o trabalho da idosa, o que contribuiu para a ressurreição da economia local.

As vinícolas da região passaram a disputar o direito de usar a imagem em seus rótulos. A borrada representação visual de Cristo passou a ser vista como um ícone da pop art.

Os moradores da cidade de Borja manifestaram seu “mais absoluto apoio” à autora da “restauração”, Cecilia Giménez, uma idosa de 81 anos que todos têm como “pessoa muito boa” que fez a intervenção na pintura “com a melhor intenção do mundo”.

Cecília Giménez na época em que a restauração de Ecce Homo foi feita (Foto: Reprodução)

Giménez era homenageada anualmente pelos moradores em 25 de agosto. Desde que foi restaurada, a imagem atraiu milhares de turistas de todo o mundo para o santuário de Nossa Senhora das Mercês, templo gótico do século 16. Os visitantes pagam um euro para observar o afresco, que está em uma parede descascada por trás de uma proteção transparente.

Em 2012, o Centro de Estudios Borjanos, na Espanha, recebeu uma doação de uma descendente do pintor, do qual o centro conhecia apenas uma obra –“Ecce Homo”, pintura na parede da igreja Santuario de Misericordia.

Quando foram atrás da pintura depois de receber a doação, viram que ela havia sido modificada. Uma mulher vizinha da igreja, localizada na cidade de Borja, ao ver que a obra estava danificada, resolveu restaurá-la “sem pedir permissão”, mas “com boas intenções”. Ela confessou o fato às autoridades.