CULTURA

Na Islândia, tradição de Natal inclui 13 ‘Papais Noéis’ que dão presentes ou batatas podres para quem se comportou mal

Personagens visitam as casas nas 13 noites antes do Natal

A tradição natalina da Islândia é marcada pela presença de 13 figuras de “Papais Noéis” conhecidas como Jólasveinar. São personagens do folclore local que visitam as casas nas 13 noites antes do Natal, deixando presentes para as crianças ou batatas podres para aquelas que se comportaram mal.

Os Jólasveinar são descritos como filhos da ogra Grýla, personagem que, segundo a tradição, captura crianças desobedientes. A lenda também inclui Leppalúði, companheiro de Grýla, e o Gato de Natal, chamado Jólakötturinn, que devora crianças que não utilizam uma peça de roupa nova nas festas de fim de ano.

Originalmente, os trolls eram apresentados como figuras que atormentavam a população e serviam para impor disciplina às crianças. No século XVIII, o Parlamento da Islândia proibiu o uso da lenda de Grýla como forma de ameaça. Com o tempo, os personagens passaram por mudanças e deixaram de ser associados a comportamento violento. Aos poucos, também ganharam novas representações, algumas próximas à figura moderna do Papai Noel.

Treze dias antes do Natal, as crianças islandesas colocam um sapato na janela à espera dos presentes deixados pelos Jólasveinar. A tradição envolve uma dinâmica de recompensa e punição: doces e pequenos objetos são deixados para as crianças consideradas comportadas; batatas são destinadas às desobedientes. Atualmente, é menos comum que pais coloquem batatas nos sapatos das crianças.

Cada um dos 13 trolls chega em uma data específica de dezembro. Stekkjastaur é o primeiro, no dia 12, seguido por Giljagaur e Stúfur, que visitam as casas nos dias seguintes. Depois deles vêm Þvörusleikir, Pottaskefill e Askasleikir, ligados às histórias sobre restos de comida e utensílios domésticos. Hurðaskellir chega no dia 18, seguido por Skyrgámur, que busca skyr, um alimento típico da Islândia.

Bjúgnakrækir aparece depois, associado ao roubo de salsichas. Nos dias 22 e 23 chegam Gluggagægir e Gáttaþefur, conhecidos por vigiar janelas e farejar alimentos. Ketkrókur visita as casas no dia 23, usando um gancho para alcançar as carnes das ceias. O último é Kertasníkir, que chega na véspera do Natal e é ligado à tradição das velas produzidas com gordura animal.