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New York Times nomeia a mais jovem presidente de sua história

O jornal americano New York Times nomeou na quarta-feira Meredith Kopit Levien como sua nova…

O jornal americano New York Times nomeou na quarta-feira Meredith Kopit Levien como sua nova presidente e diretora executiva, tornando-a a pessoa mais jovem a liderar a empresa.

Levien, 49 anos, sucederá Mark Thompson, diretor executivo desde 2012, a partir de 8 de setembro. Ela  também atuará no conselho da empresa.

A. G. Sulzberger, editor e membro do conselho, chamou Levien de “líder brilhante e transformadora”.

— Ela mudou para melhor tudo o que tocou na empresa — disse Sulzberger.

Levien ingressou no Times em 2013 como chefe de publicidade. Ela foi promovida a vice-presidente executiva e diretora de receita em 2015 e tornou-se diretora de operações em 2017.

Isso a colocou na fila para suceder o Sr. Thompson, que ajudou a transformar o Times num veículo de notícias digitais.

Em uma entrevista, Levien disse que era “a honra de uma vida” ser nomeada para o cargo. Ela assumirá o controle dos negócios da empresa com os Estados Unidos divididos, em meio a uma pandemia, rumo aos meses finais de uma campanha presidencial.

O conselho da empresa votou na executiva por unanimidade para o cargo durante uma reunião na terça-feira.

Depois de iniciar sua busca por um novo diretor executivo há cerca de um ano, os membros do conselho do Times concluíram que “realmente não havia mais ninguém”, disse Thompson, 62 anos.

Expansão de estratégia

No novo cargo, Levien afirmou que continuará a expandir a estratégia da empresa de “jornalismo com assinaturas em primeiro lugar”, um plano que ajudou o The Times a resistir à desaceleração da publicidade e a melhorar sua performance financeira.

O Times recentemente superou os 6 milhões de leitores pagantes, o que representa mais da metade do objetivo ambicioso da empresa de atingir 10 milhões de assinantes até 2025.

Como outros negócios noticiosos, o Times sofreu um impacto nos negócios de publicidade por causa da pandemia. A empresa previu que a receita publicitária continuaria a diminuir em até 55% no segundo trimestre de 2020. (O Times divulgará os resultados do segundo trimestre em 5 de agosto).

Levien enfatizou que o Times continuaria investindo pesadamente em seu jornalismo, lembrando que ela também favoreceu a adição de jogos digitais e outros conteúdos não noticiosos.

Juntamente com sua principal oferta de notícias, o Times atraiu assinantes com um aplicativo de palavras cruzadas e um site de culinária.

— Temos realmente grandes ambições para o New York Times e para o jornalismo independente, em geral — disse ela.

A New York Times Company tem um balanço saudável, com cerca de US$ 687 milhões em dinheiro disponível. Levien disse que não descartaria aquisições, acrescentando que o mercado para assinantes adicionais é vasto — potencialmente até 100 milhões de pessoas, acredita.

— O Times tem uma grande oportunidade de ir atrás [deles] — disse ela.

Processo por discriminação

Mas a trajetória da executiva no  jornal americano não ocorreu sem sobressaltos. Ela foi processada por discriminação em 2016 por duas mulheres que trabalhavam no The Times.

Na ação, as mulheres disseram que Levien “deixou bem claro que estava procurando uma força de trabalho muito particular, que estivesse cheia de ‘rostos novos’, ou seja, funcionários mais jovens sem família e brancos”.

O processo foi encerrado com um acordo em dezembro daquele ano. “O Times não admite ter nenhuma responsabilidade [no caso]”, afirmou o jornal em comunicado na época. Levien disse que as acusações do processo “não tinham mérito”.

Thompson faturou US$ 17,4 milhões em salários, prêmios e bônus de ações de 2017 a 2019.

Levien faturou cerca de US$ 9,6 milhões no mesmo período.

Seu novo contrato de trabalho inclui um aumento salarial de 14%, para US$ 900 mil por ano, e aumento de prêmios de incentivo, colocando-a em posição de ganhar até US $ 5,9 milhões em 2021, segundo registros da empresa.