Paraguai adia aulas presenciais até dezembro contra o coronavírus
Um dos menos afetados na região, país começará a abandonar a quarentena obrigatória, gradualmente, a partir de 4 de maio

O presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, adiou a retomada das aulas presenciais em todo o país até o fim do ano para prevenir a propagação do novo coronavírus. Com uma população de pouco mais de 7 milhões de habitantes, o país sul-americano registrou, até domingo, 228 casos da Covid-19, nove mortos e 93 pacientes recuperados da doença. Com isso, está entre os menos afetados da região.
O país começará a abandonar a quarentena obrigatória, gradualmente, a partir de 4 de maio.
— Sabemos que é uma decisão sem precedentes. Peço a colaboração de pais, mães e professores. Uma capacidade diferente será construída, usando a tecnologia — afirmou Benítez, ressaltando que as autoridades educacionais vão trabalhar no desenvolvimento de aulas virtuais.
Associações de professores, alunos e pais, no entanto, vêm criticando os sistemas de ensino a distância utilizados nas últimas semanas, alegando que muitos estudantes não têm acesso à tecnologia e que os professores não receberam treinamento na área. Nesta segunda-feira, o ministro da Educação, Eduardo Petta, disse que o sistema utilizado será ajustado nas próximas semanas.
— Vamos planejar um ano diferente, mas um ano não perdido.
O confinamento atual está em vigor desde 10 de março, data em que a atividade escolar também foi suspensa. Até o momento, estão autorizados a funcionar apenas supermercados, farmácias, bancos e empresas financeiras.
Todos os dias, dezenas de pessoas chegam à divisa entre Brasil e Paraguai, mas só entram após autorização do Conselho de Defesa Nacional; Paraguai, em quarentena total, fechou fronteira.
O ministro da Saúde, Julio Mazzoleni, também citou a proximidade do inverno, época em que a circulação de vírus respiratórios que geram estresse no sistema de saúde é normalmente registrada. Segundo o governo, embora as crianças não sejam um grupo particularmente vulnerável ao coronavírus, o volume de pessoas que circulam nas comunidades educacionais é um fator de disseminação.