‘Status migratório’: goiano casado com norte-americana é preso nos EUA quando buscava filha
Guilherme Lemes Cardoso e Silva vive nos Estados Unidos desde 2016, tem um filho no país e é casado com uma norte-americana grávida de sete meses

A família de um ilustrador goiano que mora nos Estados Unidos desde 2016 está angustiada com a situação dele no país. Guilherme Lemes Cardoso e Silva, casado com a norte-americana Rachel Leidig, tem duas filhas e está na espera do segundo, foi preso neste mês e, conforme os familiares, dormia no chão e comia comida estragada na detenção. A justificativa foi de “suposta irregularidade em seu status migratório”.
Irmã dele, Lara Carvalho disse ao Mais Goiás que o desejo da família, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, é que ele se reúna com a esposa grávida e as filhas, uma vez que está com a documentação em andamento. “Sua esposa, Rachel Leidig, grávida de 7 meses, tem feito diversos apelos públicos e dado visibilidade ao caso por meio de grandes veículos de comunicação nos Estados Unidos. Ela destaca que Guilherme já estava em processo de regularização migratória.”
Sobre a detenção, em 11 de julho, ele foi abordado por agentes do Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos, em Friday Harbor, Washington, quando ia buscar a filha. “Os agentes não apresentaram identificação nem mandado judicial no momento da abordagem.” A família descobriu, graças à esposa dele, que tem conseguido manter contato diário com o marido goiano, que ele está em Tacoma, Washington, em um centro de detenção exclusivo para imigrantes e aguarda audiência para o final do mês.
“Guilherme não possui antecedentes criminais e já estava em processo de atualização de seu status migratório, uma vez que é legalmente casado com uma cidadã americana. Além disso, também estava renovando seu número de Social Security, que já possuía anteriormente”, detalha a irmã. Ainda segundo ela, o consulado brasileiro já está ciente do caso, mas sua atuação se limita à proteção da integridade física do cidadão brasileiro, não podendo intervir em questões de natureza jurídica.
O Mais Goiás procurou o Itamaraty para mais detalhes sobre o caso de Guilherme. Em nota, o ministério disse que “a deportação é ato soberano do Estado estrangeiro, não cabendo ao Brasil se imiscuir nesse tema, conforme a Convenção de Viena sobre Relações Consulares”.