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Trump define como meta enviar humanos à Lua até 2028

Estados Unidos querem pisar no solar lunar neste século antes da China

O presidente Donald Trump definiu duas metas para os Estados Unidos: levar humanos de volta à Lua até 2028 e defender o espaço de ameaças de armas. Ambas constam de uma ordem executiva assinada nesta quinta-feira (18). A medida veio horas após Jared Isaacman tomar posse como administrador da Nasa, tornando-se a 15ª pessoa a comandar a agência espacial americana.

A ordem reorganizou ainda a coordenação da política espacial nacional sob o comando de Michael Kratsios, principal conselheiro científico de Trump.

O texto, intitulado “Ensuring American Space Superiority” (garantindo a superioridade espacial americana), também pede ao Pentágono e às agências de inteligência do país a elaboração de uma estratégia de segurança espacial.

O objetivo de levar humanos à superfície lunar até 2028, reta final do segundo mandato de Trump, assemelha-se à diretriz do republicano de 2019, em sua primeira passagem na Casa Branca, com um cronograma considerado irrealista por representantes da indústria espacial. À época, mirava-se um retorno à Lua até 2024.

Atrasos no desenvolvimento e testes do foguete Space Launch System (SLS), usado na missão Artemis 1, e do Starship, da SpaceX, empurraram gradualmente essa data-alvo.

O ano de 2028 também era a meta definida no governo Barack Obama.

Hoje, o cronograma da Nasa prevê o pouso lunar da missão Artemis 3 em maio de 2027. Originalmente, o voo deveria acontecer até o fim de 2026.

O ano de 2026, por sua vez, é a meta para a missão Artemis 2, um voo tripulado ao redor do satélite. A previsão deste é abril. Se ocorrer, será a primeira viagem de humanos além da órbita da Terra desde a missão Apollo 17, em 1972.

Base lunar

Um pouso de astronautas na Lua até 2028 seria o primeiro de muitos planejados sob o programa Artemis, da Nasa, para construir uma presença de longo prazo na superfície lunar.

Os Estados Unidos querem regressar ao satélite natural antes da China, que tem como alvo 2030 para seu primeiro pouso tripulado no solo lunar.

A ordem desta quinta-feira determinou ainda que, até 2030, ocorra o “estabelecimento dos elementos iniciais de um posto avançado lunar permanente”, reforçando o objetivo da agência espacial de desenvolver bases de longo prazo com fontes de energia nuclear.

No início de seu segundo mandato, Trump havia falado repetidamente sobre enviar missões a Marte. Naquele período, ele tinha como conselheiro Elon Musk, um defensor da ideia de colonizar o planeta vermelho.

Mas, aos poucos, representantes do Congresso repuseram a Lua como foco, pressionando Jared Isaacman a manter o programa lunar, que já consumiu bilhões de dólares.

Neste ano, o governo Trump reduziu a força de trabalho da Nasa em 20%, em uma iniciativa liderada por Musk.

Além disso, a administração federal quer cortar em 25% o orçamento da agência para 2026, pondo em risco dezenas de programas que cientistas e alguns funcionários consideram prioritários.

Isaacman já disse acreditar que a agência espacial deveria mirar simultaneamente missões à Lua e a Marte, priorizando o retorno lunar para superar a China.

A meta de pouso lunar até 2028 depende do progresso de desenvolvimento do Starship, da SpaceX.

Em outubro, o então administrador interino da Nasa, Sean Duffy, disse que a agência procuraria alternativas à SpaceX. Segundo ele, a empresa de Musk não estava cumprindo o cronograma e isso poderia deixar os EUA atrás da China .

Em resposta à cobrança, no mesmo mês, a empresa de Musk propôs um plano simplificado para uma missão lunar.

Recentemente, o vice-chefe de design do Programa Chinês de Engenharia Espacial Tripulada, Yang Liwei, afirmou à Folha que a construção do foguete e da espaçonave que devem levar a China à Lua até 2030 está ocorrendo conforme o planejado.

A missão, de acordo com ele, contará com três astronautas, cujos nomes ainda estão em processo de escolha.

*Via Folha de São Paulo