SAÚDE

Alego vota reajuste nos valores das pensões das vítimas do acidente com o Césio-137

A primeira votação do projeto de lei que aumenta valores de pensões vitalícias das vítimas…

A primeira votação do projeto de lei que aumenta valores de pensões vitalícias das vítimas do acidente radiológico com Césio-137 está na pauta prévia da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) nesta terça-feira (22). Ideia é promover equiparação do benefício ao valor do salário mínimo vigente, R$ 1.212.

Atualmente, vítimas atingidas com radiação inferior a 100 RAD recebem R$ 954. Quem recebeu por níveis radioativos mais intensos tem direito a dois salários mínimos.

A matéria, do deputado Major Araújo (sem partido) teve parecer favorável tanto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) quanto na Comissão de Tributação e Finanças da casa ainda em 2019.

“É de se ressaltar que os pensionistas do Césio têm grandes gastos com medicamentos e em muitos casos esses valores não chegam a cobrir os gastos com remédios”, aponta o parlamentar.

Acidente radiológico com Césio-137 completa 35 anos

Em setembro de 1987, Goiânia foi palco do maior acidente radiológico do mundo fora de uma usina nuclear com o Césio-137. Há 35 anos, o manuseio indevido de um aparelho de radioterapia abandonado gerou exposição que envolveu centenas de pessoas direta e indiretamente. A abertura irremediada de uma cápsula de chumbo que guardava o mencionado elemento ocasionou mortes e sequelas irreparáveis.

A tragédia teve início quando dois catadores de recicláveis, Roberto dos Santos e Wagner Mota Pereira, se deslocaram até um prédio desocupado onde funcionava o Instituto Goiano de Radioterapia. No local, a dupla desmontou um aparelho de cesioterapia e levaram para a casa, com o intuito de comercializar as peças.

Dentro do aparelho, no entanto, existia uma cápsula de aproximadamente três centímetros, em que havia 19,26 gramas de Césio. O primeiro contato com o material radioativo se deu no momento em que os homens tentaram separar as peças encontradas. Eles conseguiram romper a barreira que protegia a fonte de césio e tiveram contato direto com o elemento.

Além da pequena Leide das Neves, a tia dela, Maria Gabriela e dois funcionários do ferro-velho de Devair morreram após o contato com o Césio. Eles são considerados as vítimas diretas da tragédia. Outras centenas de pessoas precisaram ser hospitalizadas, com diversos sintomas.