EFEITOS DO CORONAVÍRUS

Arrecadação caiu 18% por causa da pandemia, diz secretária da Economia

Retração da oferta e da demanda reduziu a arrecadação de impostos

Em live transmitida pelas redes sociais, a secretária de Economia, Cristiane Schmidt, afirmou que a economia goiana teve uma queda de 18% na receita corrente líquida nos meses de abril maio. A queda, causada pela pandemia do coronavírus, contrastou com período de crescimento da economia goiana apurado entre os meses de janeiro a março.

De acordo com Cristiane, além da prorrogação de prazos para pagamento de impostos, como o IPVA, ICMS de micro e médias empresas do Simples e da energia elétrica, as medidas de isolamento social tiveram impacto importante nessa queda. A retração da oferta e da demanda, causada pela redução da circulação de pessoas e pelo fechamento parcial do comércio e da indústria, reduziu a arrecadação de impostos.

“De janeiro a março eu tenho (a arrecadação) crescendo R$ 442 milhões, pego abril e maio, e tenho uma queda de R$ 750 milhões”, disse a secretária. “Quando você pega todo o período, de janeiro a maio, a gente tem uma perda de R$ 306 milhões da receita corrente liquida acumulada”.

Cristiane afirmou ainda que o crescimento de 39,52% do setor agropecuário não teve muita influência no cenário, uma vez que a produção é destinada para a exportação. “Tivemos números positivos com relação ao agronegócio, mas isso vai para exportação e não fica ICMS para o estado”.

Secretária ressalta a Reforma da Previdência

A titular da pasta ressaltou também que, se não fosse a reforma da previdência, aprovada na Assembleia Legislativa, o governo teria dificuldades para pagar o funcionalismo público. “Foi importante.  Apesar de parecer duro, se não fosse feito provavelmente não teríamos o pagamento dos funcionários e dos aposentados. Não só de agora, mas a médio e longo prazo”, afirmou.

A secretária comentou também que ainda a ajuda prometida pelo governo federal ainda não chegou e que, quando chegar, será insuficiente. “Teremos uma ajuda federal, mas ela será um pouco aquém, e apenas por quatro meses. Se tivesse chegado, não alcançaria nem o valor nominal de 2019”, pontuou.

Pagamento da folha e isolamento social na pandemia

Presente na live, o governador Ronaldo Caiado (DEM) relembrou que o pagamento do funcionalismo público só foi possível graças a um acordo firmado entre os três poderes que reduziu o investimento em 20%. “O esforço que estamos fazendo para pagar a folha é sobre humano”, ressaltou.

Caiado comentou também o resultado de um estudo promovido pela Universidade Federal de Goiás (UFG), que mostrou que as medidas de isolamento social evitaram a morte de 2.800 pessoas no estado. Ele afirmou que, apesar do descontentamento de alguns setores, a medida foi fundamental.

“Se eu não tivesse a mão forte naquela hora, seriam 2.800 goianos a mais mortos até a data de hoje. Hoje nós temos 173”, disse Caiado. “Temos que continuar trabalhando para chegar ao fim dessa pandemia com os melhores resultados possíveis. E o melhor resultado é não deixar o nosso cidadão morrer”, concluiu.