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Bolsonarista radical que armou bomba no DF doou R$ 22,22 para campanha de Bolsonaro

Segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Pix ocorreu em 14 de setembro

George Washington de Oliveira Sousa, o empresário bolsonarista radical que foi preso após tentar explodir uma bomba perto do aeroporto de Brasília, doou R$ 22,22 à campanha de Jair Bolsonaro (PL), neste ano. A informação é do Metrópoles.

Segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Pix ocorreu em 14 de setembro. O número do valor é o mesmo do partido do presidente, o PL.

Ele foi preso no sábado (24), véspera de Natal. À Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), George afirmou que o intuito era fazer com que as Forças Armadas decretarem “estado de sítio”. Ele também queira que houvesse uma intervenção militar.

“Eu resolvi elaborar um plano com os manifestantes do QG do Exército para provocar a intervenção das Forças Armadas e a decretação do estado de sítio para impedir instauração do comunismo no Brasil”, disse em parte do depoimento.

Do Pará, ele chegou em Brasília no dia 12 de novembro para participar dos atos no quartel-general do Exército. Ele, que tem registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), o fez motivado pelo presidente. “O que me motivou a adquirir as armas foram as palavras do presidente Bolsonaro que sempre enfatizava a importância do armamento civil.”

Em Brasília, ele estava com um arsenal de pistolas, escopetas, um fuzil, mais de mil munições de diversos calibres e cinco bananas de dinamite para apoiar uma intervenção militar – cerca de R$ 160 em armas, segundo ele. Por causa disso, a juíza Acácia Regina Soares de Sá converteu a prisão em flagrante em preventiva.

Narrativa falsa

Após a repercussão do caso, apoiadores de Bolsonaro tentam criar uma narrativa de que George seria um infiltrado da esquerda. Em grupos bolsonaristas, circulam informações falsas e conspiratórias de que o homem é do PT e cometeu os crimes para deslegitimar o movimento intervencionista.

“Aproximando-se o dia 01/01/2023, e diante da continuação dos protestos, aparece um indivíduo que estava planejando cometer um crime que se encaixa, perfeitamente, com a narrativa que a esquerda estava procurando. E o criminoso, para o delírio dos socialistas, culpa o PR [Presidente da República]. É muita coincidência”, escreveu o deputado estadual do Rio de Janeiro Márcio Gualberto (PL) indicando uma conspiração.

“FARSANTE!!! O sujeito que deixou a bomba em Brasília é funcionário da Petrobras e é SINDICALISTA. Logo vi que era armação. Crime arquitetado para chamar patriotas de terroristas. Flávio Dino criou esta narrativa para chamar quem está na porta dos quartéis de terrorista”, escreveu um bolsonarista no Telegram. “É sobre esse tipo de armadilha que estou alertando há dias. Os inimigos tentarão de tudo para macular o movimento da resistência civil”, acusou um internauta.