CEI da Comurg rebate argumento de diretor sobre atrasos em obras
Edimar Ferreira afirmou obras nas praças e Cras de Goiânia atrasaram por causa do período chuvoso; presidente da Comissão fala em "desvio de recursos" para outras contas

Diretor de urbanismo da Comurg, Edimar Ferreira afirmou aos vereadores da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga a empresa que as obras nas praças e Cras de Goiânia atrasaram por causa do período chuvoso, apesar da prefeitura ter feito o pagamento adiantado. Para o presidente da CEI, Ronilson Reis, culpar as chuvas não é possível, pois a não realização dos trabalhos ocorreu por “desvio de recursos” para outras contas.
Ainda durante a passagem de Edimar pela CEI, na terça-feira (2), Ronilson afirmou que os memoriais das praças não deixam claro o que deveria ser feito em cada uma delas. Para ele, isso dificulta a fiscalização do contrato e prejudica a transparência.
O vereador declarou, ainda, que enviará, mais uma vez, um ofício pedindo o detalhamento dos trabalhos. Ele argumentou que, apesar das planilhas apontarem a conclusão na obra do Residencial Português, in loco percebeu que falta muito para isso. Edimar, por sua vez, disse faltar apenas o piso da quadra de esporte, e que o restante, estava, de fato concluído.
Desvio
De volta a questão das chuvas, Ronilson citou que foi o próprio ex-diretor financeiro da Comurg, Ricardo Itacarambi, quem revelou o “desvio de recursos” para pagar outras contas à CEI. À época que esteve na comissão, ainda em abril, ele declarou que o dinheiro pago antecipadamente e sem a conclusão dos trabalhos financiou outras despesas.
Os vereadores questionaram sobre antecipação de pagamentos à Comurg por parte da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), em especial pelo contrato 12/22, de cerca de R$ 12 milhões, cujo montante deveria ser investido na construção de 50 praças públicas. “Do total, 74% foi direcionado ao pagamento de fornecedores, 15% para pagamento de pessoal e 10% para pagamento de débitos com a Justiça”, declarou Ricardo à época.
Ele disse, ainda, que o montante antecipado custeou tarifas bancárias, consultorias, manutenção de caminhões, combustível, uniformes, softwares e banheiros químicos, etc. Ele deixou o cargo no último mês de outubro.