APONTAMENTOS

CEI da LimpaGyn vê falhas no aterro sanitário e fará recomendações ao Paço

Vereadores da Comissão participaram de visita no aterro sanitário na tarde de segunda-feira (29)

A visita da Comissão Especial de Inquérito (CEI) da LimpaGyn ao aterro sanitário de Goiânia, na tarde de segunda-feira (29), resultou em uma série de apontamentos sobre falhas estruturais e falta de transparência no controle do lixo recebido. As informações são de vereadores que participaram da agenda. Eles observaram problemas na pesagem dos caminhões, considerada fundamental para a fiscalização do contrato milionário firmado entre a Prefeitura e o consórcio responsável pela coleta e destinação dos resíduos na capital.

Em coletiva à imprensa após a visita, o presidente da CEI, vereador Welton Lemos (Solidariedade), classificou a estrutura como “precária e amadora”. “A entrada do lixo, onde ocorre a pesagem, é totalmente precária. Não há câmeras, não há segurança, não há tecnologia adequada. Isso compromete a transparência e impede o controle efetivo sobre aquilo que de fato está sendo entregue, apesar do alto valor pago pelo serviço”, afirmou.

De acordo com Lemos, a falta de controle adequado não é culpa dos servidores, que desempenham suas funções “com competência”, mas da ausência de investimentos da Prefeitura em sistemas tecnológicos. “Se não houver modernização, a fiscalização sobre o contrato da LimpaGyn fica prejudicada”, disse.

Estrutura e condições de trabalho

Além do sistema de pesagem, a comissão também identificou deficiências nas condições de trabalho. Entre elas, a falta de equipamentos de proteção individual (EPIs), ausência de pontos de apoio adequados e sobrecarga em escalas de 12×36 horas. “Esses trabalhadores estão aqui prestando um serviço essencial, mas não contam com estrutura mínima. Essa situação também será registrada no relatório da comissão”, destacou Lemos. A vereadora Aava Santiago (PSDB), vice-presidente do colegiado também acompanhou a vistoria, ao lado de Juarez Lopes (PDT) e de Fabrício Rosa (PT).

A visita aconteceu às vésperas da primeira oitiva que a CEI deverá conduzir na tarde desta terça-feira (20) que ouvirá o diretor-executivo da empresa, Renan Andrade. “Amanhã [hoje, 30] começam as oitivas e já de imediato nós ouviremos o Renan, que é o executivo da empresa LimpaGyn, e pode ter certeza que daqui hoje sairão muitas perguntas que serão ditas, feitas a ele diretamente amanhã”, afirmou.

O depoimento marca a transição do trabalho de coleta de documentos, que já soma mais de 20 mil páginas enviadas pela Prefeitura e pelo consórcio, para a etapa de confrontar gestores e responsáveis pela execução do contrato. Além de Andrade, a comissão já aprovou a convocação dos fiscais do contrato e dos dirigentes das cooperativas de recicláveis que recebem material da LimpaGyn.

O que diz a Prefeitura de Goiânia

Procurada, a Secretaria de Infraestrutura de Goiânia (Seinfra) destacou que a última análise química feita na região do aterro não apontou nenhum tipo de “contaminação” e que há fiscalização no momento em que os materiais que entram no local são pesados. Veja a nota na íntegra:

“A Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) esclarece que não há periodicidade única para análise química do solo/lençol freático do aterro sanitário. A última análise foi feita em abril deste ano e não apontou contaminação. Neste caso, o recomendado é que a análise seja repetida em seis meses.
Todo material que entra no aterro é pesado em uma das duas balanças em operação. Nas balanças há a presença de fiscais que verificam o material existente nos caminhões. Na hora do descarte também há esse tipo de fiscalização.”