Com insatisfação da base, Vitti assumirá Secretaria de Indústria e Comércio
Ex-tucano é ligado ao setor produtivo, mas encontra resistência na base
O ex-presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), José Vitti (sem partido), foi confirmado pelo governador Ronaldo Caiado (DEM) na quarta-feira (21) como novo secretário de Indústria e Comércio (SIC). Essa é a primeira confirmação de mudanças a serem feitas no secretariado nas próximas semanas. O Mais Goiás já havia antecipado que o ex-deputado iria compor o governo estadual.
Vitti é um nome ligado ao setor produtivo, o que pesou na escolha de Caiado, que quer aproximação com empresários. O governador também busca atrair partidos para fortalecer não somente a base, mas também apoio para a eleição de 2022. Entre os partidos que devem assumir pastas no governo estão o Republicanos, do prefeito de Goiânia Rogério Cruz, e o PDT.
“Tenho uma relação de confiança e próxima ao setor produtivo. De maneira que posso fazer esse diálogo entre o setor e o governo. O estado só vai avançar, ter efetivamente sua retomada, quando o setor produtivo estiver trabalhando e ampliando seus parques industriais. É esse meu grande desafio”, diz o ex-deputado.
Insatisfação
Um dos deputados da base reclamou ao Mais Goiás que Caiado está dando mais poder aos que foram seus adversários do que aos aliados. Além disso, se trata, entre os deputados, de certo consenso a preferência pela volta do ex-senador Wilder Morais (DEM) ao cargo na Indústria e Comércio que Vitti passará a ocupar. A pasta é uma das mais fortes do governo estadual.
A percepção da base é que o ex-tucano teria poder com o novo cargo, o que conferiria uma concorrência desleal com os demais deputados que vão concorrer à reeleição em 2022. O projeto político de Vitti é retornar à Assembleia Legislativa. Além de ter um grande capital financeiro, o cargo no governo daria capital político.
Vitti, por outro lado, diz ter uma boa relação com Wilder Morais e com o atual secretário Andônidio Veira por isso não vê problema com a sua ida à pasta.
Outro mudança prevista no secretariado seria a saída de Ernesto Roller da Secretaria de Governo para a entrada do deputado estadual Tião Caroço (sem partido), outro ex-tucano, mas Caiado voltou atrás.