ORÇAMENTO

Cortes da UEG geram sucateamento da instituição, apontam servidores

Com orçamento previsto pela Lei Orçamentária Anual (LOA) de R$ 301,2, incluído R$ 50 milhões…

Com orçamento previsto pela Lei Orçamentária Anual (LOA) de R$ 301,2, incluído R$ 50 milhões incrementados por emenda da base governista, a Universidade Estadual de Goiás (UEG) passa por momentos difíceis, segundo relatos de servidores. O governo, por outro lado, aponta que se trata do maior recurso que a instituição recebeu nos últimos anos.

O orçamento da UEG foi alvo de discussão no plenário da Assembleia Legislativa de Goiás durante as sessões extraordinárias para a votação da LOA. Deputados da oposição chegaram a inserir duas emendas que elevou o orçamento da instituição para R$ 600 milhões. No entanto, o líder do governo Bruno Peixoto (MDB) solicitou destaque das emedas, que acabaram sendo rejeitas pelos deputados.

O argumento de deputados oposicionistas é que retirada de 2% do orçamento, pela Assembleia em 2019, fragilizou a vinculação orçamentária e, assim, precisaria ser corrigida com as emendas destinando mais verba à UEG. O cálculo é que seriam necessários ao menos R$ 600 milhões para o bom funcionamento da instituição.

Insuficiente

Professora da UEG e presidenta da Associação dos Docentes da UEG, Juliana Vasconcelos aponta que o orçamento aprovado é insuficiente para arcar com as despesas de folha de pagamento e a manutenção da Universidade. Ela afirma que, com esses valores, a instituição fica dependendo do governo para suplementar o orçamento e, com isso, perde a sua autonomia financeira. “Sem orçamento para bolsas, ampliação e melhorias nos laboratórios, contratação de professores e técnicos administrativos, implemento nos espaços físicos, promoção e progressão dos docentes.”

Ela relata, ainda, que os servidores estão sem reajuste de salários desde 2013 (reajuste para cobrir as perdas pela inflação e desvalorização da moeda) e que programas de bolsas estão cortados desde 2019. “Até o momento não tivemos notícia do edital para o vestibular para ingresso de estudantes em 2021, em um ano que o Enem em Goiás teve mais de 54% de abstenção“, aponta.

Juliana Vasconcelos diz que é preciso buscar com os deputados a volta da garantia dos 2% na constituição do Estado, além de cobrar do governo para que as necessidades da UEG sejam atendidas com a suplementação do orçamento, com direito a eleições para reitoria, que está sob intervenção desde a descoberta de escândalos de corrupção em 2018. Outro servidor, que preferiu não se identificar, afirma que os prédios de algumas unidades do interior estão fechados e sem manutenção desde março de 2020. Além disso, há déficit de professores em alguns cursos. “A situação da UEG é dramática”, avalia.

O Mais Goiás solicitou um posicionamento ao governo do Estado no último dia 28. Até o momento, não houve resposta.