Política

Difícil resolver a treta da Câmara Municipal de Goiânia com o Youtube

Sabe aquele tipo de situação que não tem solução fácil? Pois é, esse é o…

Sabe aquele tipo de situação que não tem solução fácil? Pois é, esse é o caso da Câmara Municipal de Goiânia e seu canal no Youtube. Para quem não sabe o que está rolando, a plataforma mundial de compartilhamento de vídeos derrubou o canal oficial do parlamento goianiense. Falas de vereadores defendendo pautas consideradas fora da política de conteúdo do Youtube justificaram a decisão. E aí a gente entra em um ponto de difícil conciliação.

Os perfis oficiais da Câmara de Vereadores têm como dever institucional divulgar aquilo que os parlamentares defendem. Suas posições, seus projetos, seus discursos, os embates no plenário. Até mesmo as falas cretinas, mentirosas e canalhas devem ganhar repercussão nos perfis oficiais. Afinal, não cabe à casa a moderação das idiotias contumazes que alguns vereadores vomitam. Até por que alguns deles sequer apareceriam se excluíssemos quando manifestassem idiotias.

Por outro lado, por estarmos falando de instituições privadas, as empresas têm também suas respectivas políticas de conteúdo. O Youtube estabelece claramente qual tipo de pauta não aceita em sua plataforma. Não há nada de errado nisso.

Aí chegamos nessa encruzilhada: o vereador tem o direito de exibir sua baixa capacidade intelectual no exercício do mandato; a Câmara não pode escolher o que divulga ou não da fala de cada vereador; as plataformas têm o direito de escolher o tipo de conteúdo que publicam em seus domínios. Xeque.

Quem perde? Os vereadores que não têm seus mandatos calcados nas fake news e a sociedade que perde a possibilidade de acompanhar o trabalho parlamentar pelas redes sociais.

E, por mais incrível que pareça, a derrubada dos canais oficiais servem como mídia positiva para os vereadores que proporcionaram tal ato. Para a súcia que os segue, essa maloqueiragem institucional é compreendida como virtude. Os celerados aplaudem.

Não há solução até onde a vista alcança. As plataformas não devem mudar suas políticas e nem os vereadores em questão aliviarão no discurso rechaçado pelas redes.

@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Prefeitura