Gavioli nega irregularidades na Seduc, fala em “alívio” e descarta antecipar saída do cargo
No mesmo dia em que a Polícia Federal deflagrou a Operação Ilicitantes, que apura fraudes…

No mesmo dia em que a Polícia Federal deflagrou a Operação Ilicitantes, que apura fraudes em licitação com recursos do Fundeb e teve como um dos alvos um ex-funcionário terceirizado da Secretaria de Educação de Goiás (Seduc), a titular da pasta, Fátima Gavioli, rejeitou, em entrevista exclusiva ao Mais Goiás, qualquer irregularidade no órgão que comanda. Ela afirmou sentir “alívio” por não haver envolvimento de servidores de carreira ou com contrato ativo com a administração e descartou antecipar a saída da secretaria, prevista para abril do próximo ano.
“O funcionário era de uma empresa terceirizada e foi desligado em 2022, exatamente porque de vez em quando percebíamos que ele se envolvia em assuntos que não diziam respeito à prestadora de serviço”, explicou. “A Secretaria é gigantesca, não temos como ter domínio de tudo e de todos, mas me deu grande alívio saber que não havia nenhum servidor da Seduc envolvido.”
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A investigação da PF indica que cerca de R$ 465 mil foram desviados e usados para aquisição de bens pessoais. Parte do valor teria passado por contas de empresas intermediárias para ocultar a origem ilícita dos recursos.
Questionada sobre o andamento dos processos internos, Gavioli ressaltou que a pasta colabora com as investigações e que os trâmites seguem sem necessidade de interferência. “Ali dentro da Seduc não há por que pagar para ninguém acelerar prazos. Os processos correm normalmente, sem pressão externa.”
Gavioli também rejeitou a tese de que o caso possa impactar sua atuação na pasta. “Tirando uma matéria tendenciosa que sugeriu desvio de verbas, na leitura completa fica claro que não houve desvio. Houve uma aquisição, e alguém se beneficiou pedindo dinheiro para agilizar um processo. Essa pessoa não trabalha na Seduc.”
Gavioli deixa cargo em abril
A secretária já confirmou que deixará o cargo em abril, junto com o governador Ronaldo Caiado, mas nega que tenha pretensões eleitorais. “Não houve conversa sobre candidatura. Se o governador voltar a tratar desse assunto, pedirei mais informações. Caso contrário, saio com a sensação de dever cumprido.”
Ao final da entrevista, ela também rebateu rumores sobre possível saída antecipada da função. “Pelo amor de Deus, não. O governador tem total clareza de tudo que acontece na Seduc. Minha posição hoje é talvez mais forte do que em qualquer outro ano.”