DEPOIMENTO

Luiz Henrique Mandetta é o primeiro ex-ministro ouvido pela CPI da Covid

Crítico à atuação do governo Jair Bolsonaro no enfrentamento da pandemia de coronavírus, o ex-ministro…

Crítico à atuação do governo Jair Bolsonaro no enfrentamento da pandemia de coronavírus, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta será o primeiro a depor na CPI da Covid, nesta terça-feira (4), a partir das 10h,

Enquanto o governo trabalha para tentar evitar que Mandetta use a comissão parlamentar de inquérito no Senado como palanque eleitoral para 2022, os senadores de oposição devem explorar os posicionamentos passados do ex-chefe da Saúde, que já chegou a classificar como “genocida”.a atuação do governo no enfrentamento da crise sanitária.

Ao longo da última semana, os senadores de oposição levantaram dados sobre a atuação do Ministério da Saúde e devem aproveitar as críticas de Mandetta em relação ao uso de medicamentos sem comprovação científica para o tratamento da covid, como ivermectina e hidroxicloroquina, para atacar o governo.

Já a tropa de choque governista, em minoria na CPI, só deve partir para a ofensiva caso Mandetta adote um tom incisivo contra Bolsonaro. A ideia dos aliados do presidente é associar Mandetta à estratégia inicial governo no enfrentamento da covid, na tentativa de diminuir sua credibilidade como crítico de medidas tomadas por Bolsonaro.

Os aliados do Planalto enfrentam ainda uma situação inusitada perante o DEM, pelo fato de Mandetta ser filiado ao partido ao mesmo tempo em que o governo quer atrair a sigla para que fique ao seu lado nas eleições de 2022. Um dos principais governistas na CPI e um dos vice-líderes do governo no Congresso, o senador Marcos Rogério (RO), inclusive, é integrante da sigla.

Mandetta ocupou o cargo de ministro da Saúde de janeiro de 2019 a abril de 2020, início da pandemia. Quando ele foi demitido, a média móvel de mortes pela covid era de 142 óbitos por dia — hoje é de 2.375. Mais de 407 mil pessoas morreram no Brasil em razão da doença.

Como será o depoimento

Após abrir a sessão para uma breve explanação do ex-ministro da Saúde, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), vai liberar o tempo para as perguntas:

  • Cada um dos 18 senadores terá o direito a cinco minutos para formular os questionamentos, sendo o mesmo tempo concedido ao depoente para a resposta.
  • Depois, serão concedidos três minutos para as réplicas e outros três minutos para as tréplicas

Outros convocados pela CPI

  • Ex-ministro Nelson Teich: 4 de maio, às 14h
  • Ex-ministro Eduardo Pazuello: 5 de maio, às 10h
  • Atual ministro Marcelo Queiroga: 6 de maio, às 10h
  • Presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres: 6 de maio, às 14h

Os integrantes da CPI

  • Governistas: Jorginho Mello (PL-SC), Eduardo Girão (Podemos-CE), Marcos Rogério (DEM-RO) e Ciro Nogueira (PP-PI)
  • Independentes e oposição: Humberto Costa (PT-PE), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Renan Calheiros (MDB-AL), Otto Alencar (PSD-BA), Omar Aziz (PSD-AM), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Eduardo Braga (MDB-AM)
  • Suplentes: Jader Barbalho (MDB-PA), Luis Carlos Heinze (PP-RS), Angelo Coronel (PSD-BA), Marcos do Val (Podemos-ES), Zequinha Marinho (PSC-PA), Rogério Carvalho (PT-SE) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE).