Mabel tenta recompor apoio na Câmara em meio a crise com vereadores
Objetivo é garantir sustentação para o governo após recentes derrotas no Legislativo

O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), iniciou uma nova rodada de conversas com partidos e vereadores na tentativa de reconstruir a base de apoio na Câmara Municipal. O objetivo é garantir sustentação para o governo após recentes derrotas no Legislativo, como a revogação da taxa de lixo e os embates em torno do programa Limpa Gyn.
Na última sexta-feira (29/8), Mabel afirmou que, mesmo com um grupo menor de aliados, pretende manter o diálogo e seguir governando com “responsabilidade política e transparência”. Ele tem se aproximado de vereadores do PL e do PT, entre outros partidos.
Descontente com o desgaste político, o prefeito exonerou Diogo Franco, irmão do vereador Igor Franco (MDB), da Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Mabel também transferiu a gestão dos Centros de Atendimento Integral à Saúde (CAIS) para empresas terceirizadas, em caráter emergencial, antecipando medidas previstas apenas para o fim do ano.
O prefeito afirma que a situação da saúde estava crítica e que a equipe agiu para normalizar o fornecimento de medicamentos e insumos. Um dos focos é a Maternidade Dona Íris, que passa por reformas estruturais. Segundo Mabel, a nova gestão gerou economia de R$ 3,5 milhões em relação ao contrato anterior.
“Vamos fazer um trabalho muito melhor. Nosso objetivo é renovar toda a rede de saúde nos próximos quatro anos”, garantiu.
A revogação da taxa de lixo voltou ao centro dos debates. Mabel alertou que a cobrança é exigida por lei federal e que a suspensão pode gerar problemas legais para os vereadores que votaram a favor do fim da taxa.
“Se aprovarem essa lei, todos vão responder com o CPF. A responsabilidade não é só do Executivo”, disse, relembrando casos em que parlamentares enfrentaram processos por decisões semelhantes.
Segundo o prefeito, a despesa anual com coleta e tratamento de lixo em Goiânia é de aproximadamente R$ 800 milhões, enquanto a arrecadação com a taxa não passa de R$ 150 milhões. “É inviável manter esse serviço sem essa receita. Ainda que seja impopular, a cobrança é legal e necessária para manter o equilíbrio fiscal”, concluiu.