Moraes homologa delação de Mauro Cid e concede liberdade provisória
Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e o advogado Cézar Bitencourt estiveram no gabinete de Moraes e conversaram com o juiz auxiliar Marco Antônio Vargas, no último dia 6

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, homologou o acordo de delação premiada proposto pela defesa do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, à Polícia Federal (PF). Na decisão, o magistrado também concedeu liberdade provisória ao investigado.
Cid, contudo, deverá usar tornozeleira eletrônica e não poderá sair de casa em determinados horários. Além disso, ele deverá permanecer afastado das funções do Exército.
O tenente-coronel e o advogado Cézar Bitencourt estiveram no gabinete de Moraes e conversaram com o juiz auxiliar Marco Antônio Vargas, no último dia 6. Na ocasião, foi entregue um documento com a intenção para firmar o acordo de delação por “livre e espontânea vontade”.
Vale lembrar, o tenente-coronel foi preso em 3 de maio suspeito de inserir dados falsos em cartões de vacina de Bolsonaro, da filha Laura e outros. Além disso, ele é investigada por supostas conversas sobre um golpe de Estado e, ainda, por possível envolvimento na venda e transporte ilegal de joias dadas ao governo do Brasil.
Nas últimas semanas, Cid deu vários depoimentos à PF, somando mais de 24 horas de oitivas. O último, relacionado ao caso das joias, ocorreu em 31 de agosto.
Aras é contra a delação de Cid
O procurador-geral da República, Augusto Aras, utilizou as redes sociais para criticar a delação de Mauro Cid. Segundo ele, a PGR “não aceita delações conduzidas pela Polícia Federal”.
“A Procuradoria Geral da República não é de Augusto Aras. É da República Federativa do Brasil e é pautada pela Constituição. A PGR, portanto, não aceita delações conduzidas pela Polícia Federal, como aquelas de Antonio Palocci e de Sérgio Cabral, por exemplo”, afirmou.
Já o advogado de Bolsonaro, Fábio Wanjgarten, diz não ter preocupações com a delação. “Não há absolutamente nada que o tenente-coronel Cid possa delatar que se relacione com o presidente”, afirmou.