“Não tem marido pra conversar”: servidora acusa vereador de machismo em Padre Bernardo
Parlamentar afirma não ter direcionado fala à mulher e argumenta sofrer perseguição política

Cleuza Esteves de Matos, de 47 anos, disse ter sido vítima de falas machistas do vereador de Padre Bernardo, Junio do Esporte (PSD), na última terça-feira (2). A servidora pública da prefeitura afirmou ter questionado projeto de lei que traria bonificações de R$ 4 mil para alguns funcionários, mas que ele se irritou.
Segundo ela, o parlamentar a chamou de “desocupada”. Durante a sessão, sem citar nomes, o vereador afirmou: “Acho que a pessoa não tem o que fazer. Não tem uma casa para arrumar. Não tem um marido para conversar… Aí vem querer desmerecer vereador?” Depois, contudo, ele teria mencionado o nome da servidora ao dizer que ela estava em grupos de WhatsApp para acusar os vereadores de não fazerem nada.
As frases “acho que a pessoa não tem o que fazer”, “não tem uma casa para arrumar” e “não tem um marido para conversas” ofenderam a servidora. De acordo com ela, outros legisladores ficaram rindo quando ele a difamou. Ela afirma ter se sentido sem valor e questiona o que pode acontecer a outras mulheres longe das câmeras.
“Me senti muito ofendida. Desde o início da sessão começaram a mencionar meu nome. O machismo, contudo, foi só por parte de Junio”, relatou ao Mais Goiás. Ainda segundo ela, irá nesta quinta-feira (4) ao Ministério Público para denunciar o caso e ver o que pode ser feito. “No momento fiquei transtornada. Por que deixo eles tão nervosos? Sempre pelo melhor da minha comunidade.”
O portal também falou com o vereador. Ele diz que não direcionou a fala que ofendeu a servidora nem a ela e nem a nenhuma mulher. “É mais uma perseguição política. Ela distorceu a conversa.” Segundo ele, outros vereadores também falaram sobre o assunto [a questão do WhatsApp].