ENTREVISTA

“Faço apelo para que permaneça”, diz Paulo Ortegal sobre saída de Gustavo Mendanha do MDB

Na quinta-feira (16), o MDB oficializou o apoio ao governador Ronaldo Caiado (DEM) para as…

Na quinta-feira (16), o MDB oficializou o apoio ao governador Ronaldo Caiado (DEM) para as eleições de 2022. Participou do encontro o ex-secretário de Iris Rezende (MDB) e ex-conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) Paulo Ortegal. Para ele, a sigla ficar sem cabeça de chapa no ano que vem não deprecia o partido.

Entrevista com Paulo Ortegal, da Executiva do MDB em Goiás

O ex-prefeito Iris Rezende sempre defendeu essa aliança com Caiado. Você já conversou com ele sobre isso, sabe como ele está em relação a esta aliança?

Essa posição é antiga. Ele defende essa aliança há bastante tempo. Em 2014, chamou Caiado para ser candidato a senador. Posteriormente, na prefeitura de Goiânia, Iris e Caiado tiveram uma relação político-administrativa muito boa e saudável para população de Goiânia.

Ele via essa aliança com muita simpatia e delegou ao presidente do partido [Daniel Vilela] essas conversações. Iris é partidário. A decisão do partido seria a dele. O presidente fez uma ampla consulta em todos os diretórios, com vereadores, deputados estaduais, Executiva e a manifestação foi a grande maioria favorável.

Como tinha delegado ao presidente do partido essa consulta, o partido decidiu e é também a decisão dele. Embora afastado, essa posição da aliança ele já tinha manifestado lá atrás.

O MDB de hoje é o mesmo de 1982? O que mudou?

Eu acho que isso é dinâmico. O partido muda, se renova, mas sua essência permanece. O MDB, assim como ex-governador Iris, têm sido partidário sempre. Em 2018, na candidatura de Daniel [ao governo], por questão partidária, Iris abraçou.

A essência permanece e Iris é a prova disso. O partido se renova. Hoje está na mão de um jovem.

Quais eram as principais bandeiras daquela época e quais são as duas ou três principais bandeiras hoje?

As bandeiras têm algumas, outras não. O cenário era outro. A essência do partido, o pragmatismo continuam.

O MDB sempre foi um partido de luta, um partido que prezou pela democracia, decisões com ampla participação do elenco. É um partido que sempre demonstra estar na frente das grandes decisões para a população. Foi assim nas Diretas Já e hoje continua a defender a democracia.

O [ex-presidente Michel] Temer inclusive teve de intervir nessa linha para garantir a democracia. E nessa aliança [com Caiado] houve uma grande consulta. Valores que se mantêm.

Ter ou não ter candidato é decisivo para o futuro de um partido?

Não ter candidato próprio em 2022 não deprecia o partido. O partido está na luta e fez uma coligação, pois acredita nisso.

Como é ver o MDB pela primeira vez sem Iris e Maguito na condução dos rumos desde 1982?

É mais uma demonstração que o partido continua na sua essência e está sempre se renovando. Eles não estão na frente, mas como Iris é partidário, ele vê com bons olhos a cada dia o partido se renovando.

E como você vê o momento em Goiás, hoje?

O momento do País é delicado. O momento de Goiás também. É um momento em que vemos que Caiado teve dificuldades de ordem administrativa e financeira, e ele vem superando a cada dia. O Estado, além de começar a investir em infraestrutura, começou a reduzir o endividamento do passado que travava desenvolvimento, conseguiu passar essa página. Hoje vemos o Estado no seu franco desenvolvimento. Na saúde, educação… Apesar do momento diferenciado, que é a própria pandemia da Covid-19.

O que acha da força emergente do prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha e a possível saída do MDB?

Eu vejo com tristeza. É um líder emergente, muito novo. O apelo que faríamos é que fique no partido e participe desse momento. Faz boa administração. Tem todos os predicados para, lá na frente, pleitear ser governador. Está na segunda maior cidade de Goiás.

Fico triste de pensar nele deixar o MDB. Faço apelo que permaneça, que continue nas fileiras. Estamos em um processo de aliança. Lá na frente, o prefeito Gustavo estará ainda na prefeitura, onde desenvolvimento será ótimo.

E sobre o PSDB, em que posição está hoje?

Em absoluta oposição, como sempre. Historicamente sempre foi oposição nos últimos 20 anos. Sem chance de composição.

Qual peso o PT pode ter em Goiás com um Lula bem sucedido?

O PT tem o peso de um segmento da oposição, mas não o suficiente para ganhar eleição de governador. Peso de oposição, mas sem capacidade suficiente para isso.