“Por favor, não sigam orientações do presidente”, diz Doria
Governador de SP pede à população que não creia em informações que circulam nas redes sociais

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pediu nesta segunda-feira (30) para que a população não siga as recomendações do presidente Jair Bolsonaro. Ele disse ainda que a equipe médica indicou que não devem ser necessárias medidas de restrição mais extremas como lockdown.
“Quero voltar a reafirmar: escutem e atendam as recomendações médicas. Não as informações colocadas nas redes sociais. Neste caso, por favor, não sigam as orientações do presidente da República“, disse.
Doria lançou campanha publicitária sugerindo à população que somente acredite em dados técnicos.
A peça publicitária do governo estadual diz para que a população leve em conta dados da OMS (Organização Muncial da Saúde), que recomendam que a população fique em casa. Além disso, citou que presidentes europeus dizem o mesmo e até o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mudou de ideia e agora pede isolamento.
Na semana passada, o governo citou a possibilidade de lockdown, com restrição da circulação por meio da polícia. Agora, Doria afirma que não anuncia cenários e que a possibilidade só será avaliada se necessário.
Segundo o secretário da Saúde, José Henrique Germann, a medida não deve ser necessária. “Pelos casos iniciais que temos eu diria que não vamos ter a necessidade de repetir o isolamento social muitas vezes mais e nem fazer um isolamento compulsório tipo lockdown”, disse.
Doria vem fazendo entrevistas coletivas diárias, nas quais tem buscado se diferenciar do presidente Jair Bolsonaro, que minimiza a crise do coronavírus.
Na sexta (27), o tucano insinuou que Bolsonaro também pode ser responsabilizado por mortes causadas pelo coronavírus após fazer campanha que incentiva população a romper o isolamento.
“Cabe perguntar: quem será o fiador das mortes? Aquele que autorizou essa campanha? Aquele que idealizou a campanha? Aquele defende uma campanha para as pessoas irem às ruas? Aquele que foi às ruas quando a orientação já era se resguarde? Aquele que identifica a mais grave crise de saúde da história da humanidade como uma gripezinha? Quem será o fiador das mortes no Brasil?”, disse Doria.