SOLICITAÇÃO

Relatora da CPMI dos Atos Golpistas pede quebra de sigilo telefônico de Valdemar Costa Neto

Parlamentar afirma que presidente do PL teria participado de tratativas para "suscitarem formas de fraudar as urnas eletrônicas no Brasil, demonstrando que não seriam seguras"

Relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, a deputada Eliziane Gama (PSD-MA) pediu a quebra de sigilo telefônico do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. No documento, ela afirma que o político teria participado de tratativas com o hacker Walter Delgatti Neto – que esteve na CPMI na última semana – sobre fraudar as urnas eletrônicas.

“O Presidente do Partido Liberal teria participado, de maneira pouco republicana, de tratativas com o Senhor WALTER DELGATTI NETO para suscitarem formas de fraudar as urnas eletrônicas no Brasil, demonstrando que não seriam seguras”, disse em trecho do requerimento. Ela também cita fala do hacker:

“Nessa primeira reunião, o assunto era bem técnico, até que o Valdemar entrou em contato com o Duda [Lima] e agendou essa reunião mais tarde com o marqueteiro da campanha, porque o Valdemar fez algumas perguntas, mas a questão era técnica, e o Valdemar acredito que não tenha um conhecimento técnico sobre isso”, respondeu a congressista quando a mesma questionou sobre reunião na sede do PL. Carla Zambelli (PL-SP) também teria participado do encontro.

Ela também requereu, no prazo de 5 dias, de 2022 até o momento:

  • Cópia integral de conteúdo armazenado no Google Drive, inclusive back up do WhatsApp;
  • Registros de conexão;
  • Informações de pagamento;
  • Nomes dos grupos, administradores e integrantes com os telefones e fotos; e mais.

Vale citar, também foi requerido, mas pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), a convocação de Valdemar para depor na Comissão.

Hacker na CPMI

Entre outras coisas, na última quinta (17), o hacker da “Vaza Jato”, Walter Delgatti Neto, afirmou durante depoimento na CPMI dos Atos Golpistas que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, teria sido grampeado. “Segundo ele (Bolsonaro), eles haviam conseguido um grampo, que era tão esperado à época, do ministro Alexandre de Moraes. Que teria conversas comprometedoras do ministro, e ele precisava que eu assumisse a autoria desse grampo”, respondeu mais cedo.

Além disso, o hacker declarou que Bolsonaro assegurou que concederia um indulto a ele, caso fosse preso ou condenado pela atuação envolvendo urnas eletrônicas. A promessa teria sido feita em reunião no Palácio da Alvorada, perto das eleições de 2022.