ELEIÇÕES 2026

Último governador a chegar ao Planalto foi Fernando Collor

Chefes do Executivo nacional precisam superar restrições da agenda diária local e alcançar o debate nacional para entrarem no radar, avalia estrategista político

Último governador a chegar ao Planalto foi Fernando Collor
Último governador a chegar ao Planalto foi Fernando Collor (Foto: Marcelo Camargo - Agência Brasil)

O último governador que conseguiu chegar ao Palácio do Planalto foi Fernando Collor, em 1989. O político comandou Alagoas antes de alçar voo à presidência. Esse é um tabu que precisa ser superado pelos governadores que são pré-candidatos ao Executivo federal, sobretudo o governador Ronaldo Caiado (União Brasil).

Sobre os presidenciáveis eleitos pós-Collor, estão o ex-senador e ex-ministro Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em dois mandatos; ex-deputado federal constituinte e ex-sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva (PT); a ex-ministra Dilma Rousseff (PT); e o ex-deputado federal Jair Bolsonaro (PL).

É preciso citar que os governadores encontram, sobretudo, a resistência do desconhecimento. Pesquisa Genial/Quaest da última semana mostra que Caiado é desconhecido para 68% do eleitorado. Outro gestor estadual e nome da direita é Romeu Zema (Novo-MG), que não é conhecido por 62%.

Já o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), é desconhecido por 51%, enquanto o chefe do Executivo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por 50%. A pesquisa não considerou o tucano de Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, na disputa.

Algumas figuras da direita que não governam Estados se saíram melhor nesse aspecto. O goiano Pablo Marçal (PRTB) é desconhecido por 32%. O sertanejo Gusttavo Lima (sem partido), por 21%. Já o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) aparece com 23% de taxa de desconhecimento, enquanto a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), 22%.

A pesquisa entrevistou 4,5 mil eleitores de 23 a 26 de janeiro e tem confiança de 95%. A margem de erro é de um ponto percentual.

Dificuldade dos governadores

Para o professor e estrategista político Marcos Marinho, a visibilidade que um governador tem acaba ficando restrita ao Estado. “Se ele não faz parte de algum processo político mais amplo, se não consegue buscar visibilidade para fora do Estado dele em temas relevantes, mostrando qualificações, visão de País e poder de articulação, acaba consumido pela agenda diária, que é uma demanda bastante séria.”

Marinho também aponta que a disputa por uma vaga para disputar a presidência é concorrida dentro do próprio partido. “Tem que escolher muito bem entre todos os seus quadros.” O governador, conforme o professor, precisa defender o próprio legado e não tem tempo de defender seu nome pelo País e “aparecer”.

“Uma pessoa que não está passando o tempo todo na mídia na esfera nacional ou em grandes debates nesse mesmo nível, vai estar, fatalmente, fora do radar no período eleitoral.” Além disso, o fim de um segundo mandato, que é geralmente quando um governador quer tentar a presidência, já é um momento de desgaste, normalmente, avalia.

Caiado vai percorrer o País

O governador Ronaldo Caiado vai lançar a pré-candidatura à presidência em 28 de março. O evento, conforme o gestor, ocorre em Salvador, na Bahia. Na ocasião, ele vai receber o título de cidadão baiano. A ideia é já iniciar a pré-campanha nos fins de semana e percorrer todo o País.

“Dia 28 de março será o pré-lançamento da minha candidatura à presidência, em Salvador, na Bahia. Lá, vou receber o título de cidadão baiano e dar partida à minha pré-candidatura”, disse em coletiva no Congresso, na última semana.