Vereadora de Goiânia, Rodart diz que cassação não é definitiva e cita regras eleitorais “equivocadamente interpretadas”
"Nossos advogados já estão trabalhando no intuito de reverter a situação"

Cassada por unanimidade Tribunal Regional Eleitoral (TRE-GO), a vereadora por Goiânia Gabriela Rodart (PTB) disse em suas redes sociais que a decisão não é definitiva. Ela afirmou, ainda, que regras eleitorais foram “equivocadamente interpretadas”.
“A decisão do TRE-GO proferida a respeito da cassação do mandato da vereadora Gabriela Rodart não é definitiva. Nossos advogados já estão trabalhando no intuito de reverter a situação. Agradecemos a todos que têm enviado mensagens de apoio. Por derradeiro, ressaltamos que esse processo não tem origem em nenhuma conduta imoral ou corrupta, relacionando-se apenas com regras eleitorais e partidárias equivocadamente interpretadas”, diz a íntegra da nota da parlamentar.
A decisão da Corte ocorre por ação do DC Goiás, partido que ela deixou para assumir a presidência metropolitana do PTB. O entendimento é de infidelidade partidária, uma vez que a mudança de legenda ocorreu fora da janela. No processo, ainda cabem embargos.
O presidente do DC Goiás, Alexandre Magalhães, afirmou que a Justiça será cumprida. À época que o partido entrou com a ação, ele declarou ao portal que houve surpresa com a saída da parlamentar. “Ela foi muito bem tratada no DC, eu não entendi porque deixou o partido. Tínhamos um plano de lança-la candidata à deputada federal”, relatou.
Ele relatou naquele momento e reforçou agora que a legislação diz que o mandato é do partido. “Ela foi eleita com a ajuda dos votos de outros candidatos do partido. É o coeficiente eleitoral.”
Rodart, por sua vez, justificou, à época, que sofreu “grave discriminação pessoal”. “Tentamos resolver amigavelmente, porém as condições impostas eram gravosas”.
Ela argumentou que, ainda durante a campanha, percebeu “o desprestígio da candidatura, de modo que houve maior empenho da direção do antigo partido para outros candidatos. Com o advento do mandato, esse desprestígio tornou-se uma grave discriminação pessoal, chegando ao ponto de não ser convidada para qualquer ato partidário, e ainda preterida e desprestigiada em todas as ações para o pleito de 2022, o que acarretou um isolamento político, mesmo sendo a parlamentar de maior representatividade da agremiação, em todo o Estado de Goiás”.
Segundo Rodart, a legislação eleitoral e vários precedentes dos tribunais permitem a desfiliação em caso de grave discriminação pessoal. A vereadora apontou que, tanto ela quanto a assessoria, consideravam como justa causa, “o que permite a manutenção do meu mandato”.
O primeiro suplente do DC é Raphael da Saúde, que já está como vereador, uma vez que Wellington Bessa ocupa o cargo de secretário de Educação. O segundo suplente é Márcio do Carmo. Como ainda existem embargos a serem propostos, o afastamento não é imediato.