RIO DE JANEIRO

Damares lamenta barbaridade no caso de Moïse e pede fim de violência

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves lamentou nesta quinta-feira (3) a morte do congolês Moïse…

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves lamentou nesta quinta-feira (3) a morte do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, espancado em um quiosque da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e disse querer pena para os culpados. A declaração da ministra ocorre dez dias depois do episódio. Nesta semana, foram divulgadas imagens de uma câmera de segurança que mostram o momento em que o jovem de 24 anos é agredido até a morte.

“Quando está em fase de investigação, o ministério não traz a público sua participação para não interferir na ponta na investigação. Mas a gente está, desde o primeiro momento que o ministério foi acionado, acompanhando este caso, e aqui a gente lamenta a barbaridade que a gente viu naquelas imagens. Chega de violência nesta nação. Vamos acompanhar até o final, inclusive a punição, a gente quer pena”, disse a ministra.

De acordo com ela, sua pasta já tomou providências a respeito do assassinato do congolês, mas não entrou em detalhes. O ministério disse estar levantando dados oficiais sobre a morte do congolês, “no intuito de promover a atuação institucional no âmbito de sua competência”.

“Há uma cobrança muito grande para que a ministra se manifeste em todos os casos, mas cada caso é cuidado por uma secretaria, imediatamente quando somos acionados”, afirmou.

A ministra e pastora falou com jornalistas após reunião que estabeleceu grupo de trabalho para o combate ao escalpelamento no país. Questionada ainda se seria candidata neste ano, como o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem dito, ela diz que não tomou ainda sua decisão, mas admitiu desejo de se tornar presidente do Senado.

“Todo mundo me quer senadora, porque todo mundo quer uma mulher presidente do Senado. E eu quero chegar lá para ser a primeira mulher presidente do Senado e propor a ampla, irrestrita e maior reforma do código penal da história do país”, disse.

Damares não afirmou contudo por qual estado seria candidata, mas ressaltou que tem domicílio em São Paulo, é paulista e que o presidente quer lançá-la senadora por lá. A morte do congolês gerou comoção nacional, especialmente pelo caráter violento das imagens. A família de Moïse diz que ele foi espancado até a morte por ter cobrado diárias que estavam atrasadas no quiosque.

Segundo os parentes, o congolês trabalhava no quiosque, na altura do posto 8, onde teria sofrido agressões presenciadas por cerca de cinco homens, incluindo um que naquele momento atuava como gerente.

A Polícia Civil prendeu, na terça-feira (1), ao menos três homens suspeitos de envolvimento na assassinato. Um dos suspeitos presos afirmou à polícia que agiu motivado por raiva, porque a vítima estava bebendo muito e “perturbando há alguns dias”.

Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, 27, disse em depoimento que “resolveu extravasar a raiva que estava sentindo” e que, por isso, bateu no congolês com um taco de beisebol.

O suspeito afirmou que trabalhava com Moïse no quiosque Biruta, na Barra da Tijuca. Segundo ele, o estabelecimento pertence a um policial militar, que também foi intimado a depor. Antes, o congolês era funcionário do quiosque vizinho, o Tropicália, onde ocorreu o crime. O dono do empreendimento disse em depoimento que o dispensou depois que Moïse apareceu embriagado no trabalho.