Justiça manda soltar empresário acusado pelo MPGO de liderar “máfia das apostas”
Magistrado classificou a prisão como "desnecessária"

A Justiça revogou a prisão preventiva do empresário Bruno Lopez, na terça-feira (8). BL, como também é conhecido, seria o líder da organização criminosa que supostamente manipulava os resultados das partidas, segundo o Ministério Público de Goiás (MPGO). O esquema ficou conhecido como “máfia das apostas“.
O juiz Alessandro Pereira Pacheco, da 2° Vara Estadual de Repressão ao Crime Organizado e à Lavagem de Capitais do Estado de Goiás, acatou pedido do advogado Kaled Lakis. O magistrado classificou a prisão como “desnecessária”. Segundo ele, as investigações não demonstraram que Lopez estava envolvido em outras práticas, e que contribuiu de forma voluntária nas apurações.
Ele escreve: “Não estando presentes a extrema probabilidade de fuga e o alto risco à instrução criminal, concede-se a ordem de habeas corpus, para declarar a desproporcionalidade da prisão preventiva e substituí-la por medidas cautelares alternativas menos gravosas.”
Apesar da soltura, caberá a ele comparecer em todos os atos do processo, não mudar de endereço sem comunicar o juízo, não se ausentar da residência por mais de oito dias sem comunicação prévia e não praticar ou participar de nova infração. Ele também está proibido de realizar qualquer tipo de aposta esportiva e ter contato com outros investigados da operação.
Bruno e a esposa Camila Silva são proprietários da BC Sports Management. O MPGO afirma que a empresa era utilizada para transferir dinheiro aos jogadores. Já a defesa diz que Bruno jogou futebol na Alemanha e criou a companhia para captar e produzir atletas.
Preso na primeira fase da operação, Lopez teve prints de conversas divulgadas com o jogador Fernando Neto que mostravam o suposto esquema. Nos textos, o apostador teria combinado com o atleta que ele deveria receber um cartão vermelho em uma partida de Sport e Operário, na Série B do Brasileirão, em 2022. O valor acertado seria de R$ 500 mil, mas teria ocorrido um adiantamento de R$ 40 mil antes do embate.
BL é um dos mais de 15 acusados na “máfia das apostas”. Ele tem 29 anos e está preso em São Paulo. O Mais Goiás não conseguiu contato com a defesa de Bruno.