Empresa acusada de estelionato diz que entrega de móveis não ocorreu por falta de pagamento e local adequado
Segundo a companhia, "na data prevista para a entrega, os móveis já estavam prontos e não foram entregues porque o contratante não pagou a construtora, que não lhe deu as chaves para tomar posse do imóvel"

A Classe Nobre Ambientes Planejados – ME, em Goiânia, negou que o empresário Pedro Lucas Riciolli Santana tenha sido vítima de estelionato por não entregar os móveis após o pagamento do serviço. Segundo a companhia, “na data prevista para a entrega, os móveis já estavam prontos e não foram entregues porque o contratante não pagou a construtora, que não lhe deu as chaves para tomar posse do imóvel”. Além disso, não foi paga a parcela final em 28 de julho, “independente da montagem dos móveis, pois esse era o prazo contratual”.
Conforme a empresa, o contrato prevê que “a possibilidade de montagem em outra data que não prevista no contrato originário não altera as datas de pagamento constantes daquele instrumento, remanescendo a obrigação em sua totalidade”. E ainda: “Não disponibilizou o apartamento na data, não fez as obras de alvenaria e ainda deu cheque sem fundos.”
Conforme informado pelo advogado da empresa, o cliente se recusa a pagar o final do contrato e quer os móveis entregues e montados sem o pagamento. “Os móveis já estão prontos e inclusive ocupando espaço na empresa. Para a entrega e montagem dos mesmos basta pagarem sua dívida. Ao invés de pagar o cheque sem fundos, os mesmos iniciaram uma campanha difamatória, querendo intimidar a empresa e receber os móveis sem o devido pagamento.” Segundo a empresa, irá acionar a Justiça nesta semana para que o contrato seja cumprido e também por crime de calúnia e difamação.
Resposta
Pedro, por meio seus advogados Wendel Carlos Rêgo de Oliveira e Rafael José Moura Borges, nega as acusações e reforça que ocorreu o pagamento de 80% do valor total (R$ 99.950,00), “sustando apenas um cheque devido ao descumprimento reiterado dos prazos de entrega por parte da empresa, conforme contrato e aditivos”. Segundo eles, a alteração das datas dos cheques pré-datados, sem consentimento, demonstra má-fé exclusiva da empresa, com o intuito de receber sem cumprir obrigações.
“Apesar das propostas do Sr. Pedro Lucas Riciolli – incluindo novo contrato com datas fixas, pagamento do remanescente após conclusão, ou contratação de equipe terceirizada por sua conta sem abatimento –, a empresa ignorou e desapareceu, reforçando sua falta de boa-fé. Exigimos imediato cumprimento: entrega e montagem 100% dos móveis. O pagamento remanescente será efetuado em juízo ou via novo aditivo com prazos rígidos, sob pena de prosseguimento das ações cíveis e criminais já iniciadas.”
Relato inicial
Ao Mais Goiás, na última sexta-feira (3), Pedro diz que teve prejuízo de R$ 100 mil e que registrou boletim de ocorrência no último mês. Ele diz que contratou a empresa em 28 de abril de 2025 para a fabricação de móveis por R$ 124,2 mil. Após a promessa de entrega em 60 dias corridos, ele deu uma entrada de R$ 50 mil.
Quando o prazo venceu, o vendedor justificou que, na verdade, eram 60 dias úteis, o que gerou desconfiança em Pedro. Contudo, os pagamentos subsequentes chegaram a R$ 100 mil e, novamente, o prazo não foi cumprido. O começo da história foi relatado AQUI.