Morre professor José Gonzaga Ribeiro, modelo do Monumento às Três Raças de Goiânia
Obra foi encomendada pelo Rotary Club Internacional como homenagem aos trabalhadores anônimos que ajudaram a erguer a cidade

O professor aposentado José Gonzaga Ribeiro, reconhecido como o modelo negro do Monumento às Três Raças, um dos principais símbolos de Goiânia, morreu aos 87 anos. Ribeiro, que era natural de Caldas Novas, teve complicações cirúrgicas após uma queda. Ele deixa esposa, filhos, netos e uma bisneta.
Figura importante na história da arte pública goianiense, José Gonzaga colaborou diretamente para a criação do monumento desenvolvido no início dos anos 1960 pela artista Neusa Moraes. A obra foi encomendada pelo Rotary Club Internacional como homenagem aos trabalhadores anônimos que ajudaram a erguer a cidade.
Para compor a escultura, Neusa solicitou ao fotógrafo Galeno Martins de Araújo registros de trabalhadores que simbolizam a formação de Goiás.
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Foi a partir de um desses registros que José Gonzaga Ribeiro serviu de referência para o personagem negro do monumento instalado na Praça Cívica, em frente ao Palácio das Esmeraldas, residência oficial do governador de Goiás. Inaugurada em 1960, a escultura se tornou um dos marcos urbanos mais conhecidos e visitados da capital.
Trajetória
Além de sua contribuição à memória cultural de Goiânia, José teve uma trajetória destacada na educação. Segundo a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), ele foi um “educador dedicado” e peça fundamental para o ensino no estado. Passou pela antiga Escola Técnica Federal (hoje, Instituto Federal de Goiás – IFG) como aluno, professor e ocupante de diversos cargos ao longo de décadas de atuação.
Monumento às Três Raças
O Monumento às Três Raças está localizado, fixado na Praça Cívica, é considerado o marco zero de Goiânia. A escultura representa três homens, sendo um branco, um negro e um indígena, que erguem e puxam juntos uma mesma estrutura, simbolizando a união das etnias consideradas formadoras do povo brasileiro e, em particular, da sociedade goiana. A obra exalta a colaboração entre esses grupos na construção da cidade e do Estado.
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O objetivo original era homenagear os trabalhadores que participaram da construção de Goiânia, mas que permaneceram sem registro na história oficial. Por isso, as figuras não representam pessoas específicas, e sim o esforço coletivo que possibilitou a edificação da nova capital nos anos 1930.
A criação de Moraes apresenta traços fortes e expressivos, que transmitem sensação de esforço e movimento. A composição também pode ser interpretada como uma metáfora para a construção contínua da sociedade, baseada no trabalho conjunto, na superação de desafios e na união de diferentes identidades culturais.