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Vítimas de diretora afastada de escola de Valparaíso eram obrigadas a ficar em local insalubre no horário de almoço, diz advogado

"Ela deixava claro que era pela função. Preconceito puro"

As duas auxiliares de serviços gerais, que supostamente sofreram assédios de uma diretora de um colégio estadual de Valparaíso de Goiás, eram obrigadas a ficar em local isolado, escuro, sem reboco e longe dos demais funcionários da instituição durante o horário de almoço. A informação foi repassada ao Mais Goiás pelo advogado delas e de mais uma pessoa que também seria vítima da gestora, Suenilson Saulnier.

“Ela deixava claro que era pela função. Preconceito puro”, relatou o advogado. Uma delas está há 22 anos na escola. Ao jurista, ela revelou que no primeiro ano ela tinha uma postura positiva, mas depois começou a “escalada de terror”.

“Esse quartinho, menor que um banheiro, é onde guardamos os produtos de limpeza. E no horário de almoço, ficávamos lá. Para fechar o tempo do almoço, ela quer que fiquemos neste quartinho. Não em outros departamentos”, relatou uma das auxiliares. Ainda segundo ela, nem na biblioteca as auxiliares podiam ir no intervalo, após comerem no refeitório. “Ela diz que temos que ficar no quartinho da limpeza.”

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Vale citar, a diretora foi afastada das suas funções na segunda-feira (27) em razão de denúncias de racismo, homofobia, assédio moral e crimes contra a honra realizadas por cinco funcionários da escola. O coordenador da unidade também é suspeito de crimes contra a honra e de assédio moral. Ele foi afastado e teve o contrato rescindido, conforme a Secretaria de Educação de Goiás (Seduc). O site revelou o caso no último sábado (25).

Ainda ao portal, o advogado que representa quatro vítimas, revelou que os crimes investigados pela Polícia Civil aconteceram contra:

  • Uma auxiliar de serviços gerais – limpeza (vítima de assédio moral, crimes contra a honra e racismo);
  • Um professor (vítima de homofobia);
  • Uma coordenadora (vítima de assédio moral e crimes contra a honra);
  • Outra auxiliar de serviços gerais – que trabalhava na merenda e agora na parte da limpeza (vítima de assédio moral e crimes contra a honra).

A delegada Samya Noleto, responsável pelo caso, informou que uma quinta vítima denunciou a gestora por difamação.

O Mais Goiás não teve acesso à identidade e defesa dos denunciados. Porém, o espaço continua aberto para manifestações.