INVESTIGADA

Diretora é afastada após denúncias de racismo e homofobia em colégio estadual de Valparaíso

O coordenador da unidade também é suspeito de crimes contra a honra e de assédio moral, porém ainda não foi afastado

Governo afasta e rescinde contrato de coordenador de escola onde servidores sofriam assédio
Imagem ilustrativa (Foto: Freepik - Reprodução)

A diretora de um colégio estadual de Valparaíso de Goiás foi afastada das suas funções, nesta segunda-feira (27), em razão de denúncias de racismo, homofobia, assédio moral e crimes contra a honra realizadas por cinco funcionários da escola. O coordenador da unidade também é suspeito de crimes contra a honra e de assédio moral, porém ainda permanece no cargo. O Mais Goiás revelou o caso no último sábado (25).

Em nota, a Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc-GO) informou que a diretora foi afastada preventivamente de suas funções. No informativo, a pasta revelou ainda que foi instaurado processo disciplinar para apuração dos fatos e para a responsabilização.

Questionada sobre o coordenador também denunciado, a Seduc informou que o documento de afastamento será assinado ainda nesta terça-feira (28).

Mais Goiás não teve acesso à identidade e defesa dos denunciados. Porém, o espaço continua aberto para manifestações.

Racismo, homofobia e assédios

O Mais Goiás conversou com Suenilson Saulnier, advogado que representa quatro vítimas, neste último sábado (25). Ele revelou que os crimes investigados pela Polícia Civil aconteceram contra:

– Uma auxiliar de serviços gerais – limpeza (vítima de assédio moral, crimes contra a honra e racismo);
– Um professor (vítima de homofobia);
– Uma coordenadora (vítima de assédio moral e crimes contra a honra);
– Outra auxiliar de serviços gerais – que trabalhava na merenda e agora na parte da limpeza – (vítima de assédio moral e crimes contra a honra).

Segundo a delegada Samya Noleto, responsável pelo caso, uma quinta vítima denunciou a gestora por difamação.

Conforme expôs o advogado, uma das trabalhadoras era xingada pela investigada de “negra nojenta”, “negra imunda”, dentre outras ofensas; o professor denunciou ter ter sido chamado de “viado nojento” pela gestora, por ele ser homossexual. Já as outras duas funcionárias representadas por ele denunciaram que foram vítimas de assédio moral e crimes contra a honra.

Violência contra os alunos

Durante a denúncia, os funcionários revelaram que a diretora coloca as profissionais da limpeza para fingirem que estão fazendo a higiene dos banheiros com intuito de impedir que alunos acessem os locais. Em um certo dia, de acordo com o registro da ocorrência, um dos alunos que foi impedido de adentrar no sanitário e fez suas necessidades na roupa.

Nota da Seduc

Confira a íntegra da manifestação da Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc-GO):

“A gestora, servidora efetiva da rede, foi afastada preventivamente do exercício de suas funções nesta segunda-feira (27/03), ficando sem auferir as vantagens pecuniárias exclusivas de gestor escolar;

Foi instaurado processo disciplinar para apuração dos fatos e responsabilização, conforme prevê a legislação, e adotadas medidas para designar um substituto imediato para o cargo”.