Mulher é condenada a pedir desculpas por 30 dias no X a políticos que ela criticou
Mulher identificada como Karla María Estrella Murietta criticou Judiciário no México e prometeu recorrer a cortes internacionais

O poder Judiciário do México condenou uma mulher chamada Karla María Estrella Murietta a pedir desculpas em público durante 30 dias seguidos, na rede social X, para um casal de políticos que ela criticou. Em uma postagem feita em fevereiro de 2024, Karla afirmou que o presidente da Câmara dos Deputados, Sérgio Gutiérrez Luna, teria feito “birra” para incluir a esposa, Diana Karina Barreras, em uma lista de candidatos do Partido do Trabalho para a eleição.
Barreras denunciou a postagem como calúnia e violência política de gênero, e a última acusação dele foi aceita. O tribunal entendeu que a o comentário colocou a esposa do presidente da Câmara em uma posição de subordinação em relação ao marido, minimizando a capacidade dela, configurando assim violência simbólica discriminatória.
Além de pedir desculpa ao casal, sobretudo à mulher, Karla terá que pagar multa de cerca de R$ 316, além de remover o post original, participar obrigatoriamente de cursos e de rodas de leitura sobre gênero e direitos humanos. Ela também foi incluída por um ano e meio no Registro Nacional de pessoas sancionadas do Instituto Nacional Eleitoral.
“Te pido una
— Karla Estrella (@KarlaMaEstrella) August 11, 2025
disculpa, DATO PROTEGIDO, por el mensaje que estuvo cargado de
violencia simbólica, psicológica, por interpósita persona, digital, mediática y análoga, así como de discriminación, basado en
estereotipos de género. Esto perjudicó tus derechos político-
electorales…
O post que ela terá que repetir por 30 dias diz o seguinte: “peço a você, (…), desculpas pela mensagem que esteve carregada de violência simbólica, psicológica, por interposta pessoa, digital, midiática e analóga, assim como de discriminação, baseada em estereótipos de gênero. Isso prejudicou seus direitos político-eleitorais porque minimizou suas capacidades e trajetória política”.
Karla pretende levar o caso à Corte Interamericana de Direitos Humanos, sob argumento de que no México não há instância, no poder Judiciário, imparcial o suficiente para reverter a decisão.
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