REAÇÃO

Políticos de Goiás criticam anúncio do governo de zerar imposto de importação em alimentos

Caiado diz ser “mais uma ação desastrosa do governo Lula”

O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e a deputada federal por Goiás e membro da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Marussa Boldrin (MDB), criticaram o anúncio do governo Lula de um conjunto de medidas para tentar conter a alta dos preços dos alimentos (inflação), na quinta-feira (6). A principal medida é zerar o imposto de importação sobre diferentes produtos. São eles:

  • Óleo de girassol (alíquota atual é de 9%)
  • Azeita de oliva (alíquota atual é de 9%)
  • Sardinha (alíquota atual é de 32%)
  • Biscoitos (alíquota atual é de 16%)
  • Café (alíquota atual é de 19%)
  • Carnes (alíquota atual é de 10,8%)
  • Açúcar (alíquota atual é de 14%)
  • Milho (alíquota atual 7,2%)
  • Macarrão (alíquota atual é de 14,4%)

Para o governador Ronaldo Caiado, está é “mais uma ação desastrosa do governo Lula”. Ele afirma que a medida penaliza os produtores e a indústria brasileira, pois gera uma concorrência desleal e predatória para quem gera riqueza no País.

Marussa, por sua vez, diz que as medidas anunciadas são ineficazes e não atacam a raiz do problema. Para ela, a solução mais eficiente para a queda nos preços está na colheita da safra brasileira nos próximos meses e na correção de ações que impactam diretamente o custo de produção no país.

“É importante esclarecer que a inflação dos alimentos não é resultado da falta de oferta, mas sim do descontrole fiscal do próprio governo, que onera os custos e pressiona a inflação para cima. Não podemos aceitar que esse ônus seja transferido para os produtores rurais, que já enfrentam desafios diários para manter a produção e garantir alimento na mesa dos brasileiros”, disse.

Ela ainda afirma que zerar impostos para produtos importados sem reforçar o apoio à produção nacional não resolve o problema de forma sustentável. “O que precisamos é de um compromisso sério com a agricultura brasileira, incluindo a definição do novo Plano Safra 25/26, com recursos garantidos, acesso pleno e juros justos para os produtores.”

E mais: “Seguimos aguardando uma resposta do governo federal sobre as propostas estruturantes que apresentamos junto ao setor produtivo na última semana. É fundamental que medidas concretas sejam adotadas para fortalecer o agro e garantir a segurança alimentar do Brasil.”

Outras medidas anunciadas

Durante o anuncia, feita pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o político disse que o Ministério da Agricultura vai acelerar a análise das questões fitossanitárias em relação a outros países que comercializam com o Brasil. Ele também falou em estímulo e prioridade para cesta básica no Plano Safra e fortalecimento dos estoques reguladores pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Sobre zerar a alíquota de importação, ele garantiu que o produtor não terá prejuízo, mas, sim, benefício ao consumidor. “Nós estamos num momento onde você reduzir o imposto de importação ajuda a reduzir o preço. Nós não vamos, não está substituindo, você está complementando”, afirmou

LEIA TAMBÉM:

PIB do Brasil sobe 3,4% em 2024, puxado por investimento e consumo