Vilmar Mariano acredita que atuação de Caiado no debate da reforma tributária irá minimizar perdas dos municípios

“Vai perder? [recursos] Vai perder de qualquer forma, mas vai perder muito menos do que está agora”. É dessa forma que o prefeito de Aparecida de Goiânia, Vilmar Mariano (MDB), prevê a situação dos municípios goianos com a reforma tributária aprovada no Senado. Ele acredita que a peregrinação do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) em uma postura crítica com relação à matéria irá minimizar as perdas dos entes municipais.

A fala foi feita em entrevista ao jornalista Jackson Abrão na manhã desta segunda-feira (18). Ao lado do prefeito de Anápolis, Roberto Naves (PP), ambos puderam destacar a situação econômica de seus municípios e a preocupação diante da perda de arrecadação que os entes vêm tendo, especialmente após a redução do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), em julho de 2022.

A reforma tributária não deixou de ser pauta. Vilmar Mariano acredita que a postura de Caiado irá sensibilizar senadores diante da tramitação na Casa Alta do Congresso Nacional. “O Caiado foi a única voz da reforma tributária. Ele que levantou isso, depois o Eduardo Leite veio para o conjunto e tantos outros. Acho que se houver uma pressão em Brasília no Senado muita coisa será mudada”, salientou.

“Creio que no final dessa reforma tributária muitas coisas vão mudar. Vai perder? Vai perder de qualquer forma, mas vai perder muito menos do que está agora”, completou. Menos otimista, Roberto Naves destacou que a reforma vai “massacrar os municípios goianos”. “Só a região Sul e Sudeste que ganham com isso”, salientou.

Senadores goianos estão em sintonia com o governador, destaca Roberto Naves

No entanto, Naves destacou que tem mantido diálogo com os senadores goianos e destacou que todos estão em sintonia com o Caiado. “O espírito dos nossos senadores está muito alinhado com o espírito do governador”, pontuou.

Roberto disse que conversou com Wilder Morais, Vanderlan Cardoso e Jorge Kajuru a respeito da tramitação do processo. “Os três senadores já entenderam que essa reforma tributária do jeito que está, compromete o crescimento de Goiás e vai sofrer com que a população sofra demais da conta”, destacou. 

O prefeito de Anápolis insistiu que a reforma tributária será muito ruim para todos os goianos. “Durante quantos anos, São Paulo considerou Goiás uma fazenda? Já escutamos essas discussões no passado. Agora que estamos bombando e liderando crescimentos no que diz respeito a tudo”, salientou. 

O momento que Goiás vive é outro. Roberto endossou temas que Caiado vem trazendo nas discussões. “Temos Anápolis, Aparecida de Goiânia, todo o estado crescendo como um todo. Vão tirar isso de nós? Temos que discutir, gritar, falar e apoiar o governador nesta grande cruzada que ele está travando em Brasília”, completou.

Roberto Naves destaca que redução do ICMS “quebrou as pernas de todo o mundo”

Na esteira do debate das perdas de arrecadação que os municípios vêm passando, o prefeito de Anápolis, Roberto Naves destacou que a redução do ICMS “quebrou as pernas de todo o mundo”.  Já o prefeito Vilmar Mariano não soube mensurar os impactos que a medida provocou a Aparecida de Goiânia.

Naves, no entanto, garante que para Anápolis, os reflexos são imensuráveis. “Se você pensar em arrecadação, riquezas e PIB, Anápolis nunca parou de crescer, mas a perda de arrecadação do ICMS é muito grande”, destacou. 

“A nossa previsão é que somando o FPM, ICMS e tudo aquilo que estamos perdendo é que este ano tenhamos a diminuição de cerca de 50 milhões de reais”, completa o prefeito de Anápolis, que esteve presente no evento promovido pela Associação Goiana dos Municípios (AGM) e pela Federação Goiana dos Municípios (FGM) na última quarta-feira, na Assembleia Legislativa (Alego), em que os entes municipais fecharam suas portas e pediram socorro financeiro ao Governo de Goiás e ao Governo Federal.

Vilmar Mariano se compromete a pagar o piso da enfermagem; Naves joga para o Governo Federal o custeio

Apesar das dificuldades financeiras, o prefeito Vilmar Mariano destacou que vai pagar o piso da enfermagem, a partir de sancionado pelo Governo Federal. Já Roberto Naves pontuou que é preciso avaliar juntamente com a União, como será a origem dos recursos antes de bater o martelo com relação ao assunto. “Ninguém é contra pagar o piso, mas é preciso ver de odne vai sair o dinheiro”, ressaltou o pepista.

Mesmo diante das dificuldades, Vilmar Mariano garantiu que fará o pagamento do reajuste, assim como fez com a educação. “Temos agora o piso da enfermagem que vai ser outro impacto para o município. Eu fui o primeiro a pagar os 14% do piso dos professores e vou pagar, não sei como, o piso da enfermagem”, pontuou.

“É lei e não tem o que se discutir. Os enfermeiros fazem um trabalho de excelência. Esse é o grande desafio. Lidar com o custeio da máquina pública. Sofremos com uma série de outras coisas, infraestrutura, temos que dar qualidade de vida para as pessoas, fazer praças na cidade… Cadê o recurso para fazer o investimento se a gente gasta quase tudo na máquina pública?”, indagou.