Cinema

Crítica: Força da Natureza | Netflix

Sei que não devemos julgar o livro pela capa, mas “Força da Natureza” é aquele…

(Foto: Reprodução/Netflix)

Sei que não devemos julgar o livro pela capa, mas “Força da Natureza” é aquele filme que só de ver o pôster já sabemos que boa coisa não pode ser. E o mais surpreendente é que temos Mel Gibson no elenco. O astro é um dos grandes nomes de Hollywood, viveu uma época de polêmicas no início do século mas encontrou seu perdão e ultimamente tem apostado em filmes menores, mas obras ótimas como “Plano de Fuga”, “Herança de Sangue”, “Justiça Brutal”, “O Professor e o Louco” e “Um Novo Despertar” – que é um filme deliciosamente estranho, mas que amo. Ou quando embarca na direção os resultados, geralmente, são obas marcantes como o recente “Até o Último Homem”. Gibson também atuou em filmes mais comerciais e até divertidinhos como “Pai em Dose Dupla 2” e “Os Mercenários 3” (que é aquele ruim mas que passa). E claro, existem os deslizes feios como o recente “Fatman” que desperdiça uma premissa completamente inusitada e diferente de uma história natalina com um Papai Noel recluso e violento.

Mas nenhum destes trabalhos inferiores conseguem se equiparar ao nível de mediocridade que é este “Força da Natureza”, onde temos Mel Gibson como coadjuvante de luxo em uma atuação vergonhosa em um filme pavoroso em todos os sentidos.

Primeiro porque a história não consegue, em nenhum momento, desenvolver uma ideia interessante e utilizar os cenários e a própria tempestade como ferramentas para um enredo no mínimo divertido e/ou envolvente de acompanhar. Não precisava ser surpreendente, ou memorável, ou marcante, mas nada impede de ser algo decente, ou minimamente divertido que sirva como passatempo descompromissado, e que respeite a inteligência do público. Se as cenas de ação fossem boas já seria menos doloroso o desafio.

“Força da Natureza” tem cara daqueles filmes C que eram lançados diretamente para as locadoras. A direção é pobre, os atores estão péssimos e o roteiro é o suprassumo da ineficiência. O enredo opta por seguir um caminho clichê com bandidos atrás de quadros valiosos, mas por causa da tempestade, ficam presos em um prédio com um policial, uma enfermeira, um sujeito que tem um tigre trancado no closet (?) e um policial aposentado interpretado por Mel Gibson. Tudo bem, quer fazer um longa todo dentro de um local existem ótimos exemplares disso. Mas nada aqui funciona. Os personagens não se desenvolvem e as cenas de ação são péssimas até para o mais comum dos filmes.

Infelizmente, é uma obra para se passar longe. Mas se quer arriscar, está disponível na Netflix.

Force of Nature/EUA – 2021

Dirigido por: Michael Polish

Com: Emile Hirsch, David Zayas, Mel Gibson, Kate Bosworth…

Sinopse: Um policial deve proteger os moradores remanescentes de um prédio no meio de uma evacuação de furacão, enquanto criminosos violentos tentam realizar um misterioso assalto dentro do prédio.

A Força da Natureza | Crítica do Filme | Netflix | Apostila de Cinema