Bastidores

Grupo de Fernando Pellozo articula e elege “novo presidente” da Câmara de Senador Canedo

Dez vereadores liderados pela Secretária de Governo do prefeito Fernando Pellozo (PSD), Mara Alves, realizaram uma sessão ordinária na Câmara Municipal à revelia do atual presidente

Grupo de Fernando Pellozo articula e elege novo presidente da Câmara de Senador Canedo
Foto: Lucas Monteiro

A paz que reinava entre os grupos políticos antagônicos em Senador Canedo desde o início deste ano caiu por terra na manhã desta terça-feira (6). Dez vereadores liderados pela Secretária de Governo do prefeito Fernando Pellozo (PSD), Mara Alves, realizaram uma sessão ordinária na Câmara Municipal à revelia do atual presidente, Carpegiane Silvestre (Patriota), e fizeram uma nova votação para a Mesa Diretora da Casa para o biênio 2023/2024. Carpegiane foi reeleito para o cargo em novembro do ano passado com 12 votos favoráveis a 3. Indignado, o vereador alegou à coluna que a nova eleição foi um “ato ilegal” articulado pelo prefeito após a recusa do parlamentar em colocar em votação na Câmara a liberação da contratação de um empréstimo da administração municipal com a Caixa Econômica Federal no valor de R$ 150 milhões. “Foi um ato ilegal. Vou entrar na Justiça. Antes desse golpe, o grupo do Pellozo na Câmara tentou me convencer a renunciar o mandato. Eles me ligaram e eu recusei. Fizeram uma sessão ilegal, passaram por cima do Regimento Interno da Casa”, argumentou. A sessão desta manhã ocorreu mesmo após um ato normativo da atual presidência que fechava a Câmara por seis dias devido ao aumento do número de casos de Covid-19 no local. Carpegiane disse que consultou advogados e vai entrar com uma liminar para reestabelecer a composição do Legislativo canedense. 

Escolhido

O presidente eleito pelo grupo de Pellozo é o vereador Reinaldo Alves (PSDB). A coluna tentou contato com o prefeito e com o parlamentar, mas não obteve retorno. 

À deriva

A defesa de Carpegiane, representada pelo advogado Victor Hugo dos Santos, afirmou ao Mais Goiás que o ato foi “um golpe” e que não existem documentos que provam a legalidade da nova eleição e nem precedentes legais para revogar o processo eleitoral do ano passado.

Outro caso

O presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Romário Policarpo (Patriota), também aguarda decisão do Supremo Tribinal Federal (STF) sobre a validade da sua reeleição na Casa. O julgamento da ação movida pelo PROS está previsto para ocorrer entre os dias 9 e 16 deste mês. O ministro Dias Tofolli é o relator do processo.

Força

Aliados de Romário avaliam que mesmo se a sua reeleição for revogada, o grupo está “coeso” e conseguirá fazer o próximo presidente. O grupo conta hoje com 24 vereadores.

*Indícios”

O senador eleito Wilder Morais, que já foi pré-candidato à Prefeitura de Goiânia em 2020, participou, na semana passada, do Fórum “Qual a Goiânia que queremos?”. O nome do evento era o mote da campanha de Wilder na época.