Coluna do Pablo Kossa

Cigarro eletrônico regulamentado é o melhor para o país

Regulamentar vapes é decisão correta que a Anvisa pode tomar para lidar na legalidade com este problema de saúde pública

cigarro Cientistas avaliaram dados de mais de 13 mil homens, com 20 anos ou mais. Uso de vaper dobra as chances de disfunção erétil, diz estudo
(Foto: Reprodução Fotos Públicas)

A Anvisa delibera hoje sobre a legalidade em território nacional dos cigarros eletrônicos. E se você não vive numa caverna, deve-se perguntar: “Uai, pra todo canto que olho vejo o povo fumando esses pen drives… É ilegal?”. Pois é, mais uma daquelas típicas hipocrisias brasileiras nas quais o que não é legal é mais comum que pit dog em praça de Goiânia.

Se você é minimamente atento, já percebeu o quão popular está essa maquininha esquisita. O cara bota um aparelhinho quadradinho na boca e solta uma fumaça com cheiro enjoativo. No bar, no clube, no escritório, na sacada do vizinho… Em tudo que é lugar. 

Uma coisa que observei: quanto mais jovem o ambiente, mais populares são essas geringonças. O cigarro comum, aquele que vende na padaria ou na loja de conveniência, hoje é coisa de tiozão. A molecada fumante só usa pods ou então palheiros.

Ninguém em sã consciência defende o uso de algo de alto poder viciante e potencial de arregaço gigantesco. Mas é estupidez não enxergar o óbvio: a proibição não impede ninguém de comprar e usar.

Assim sendo, o melhor é trazer pra legalidade. Mercado formal, controle sanitário de qualidade e tributos. Tal qual outras drogas legais.

O Brasil tem know-how de como controlar e reduzir o uso de drogas legais. Somos paradigma mundial nas políticas antitabagistas. O número decrescente de fumantes mostra o quão exitosa é esta política pública.

A Anvisa, se for esperta, deve trazer essa novidade, que nem é tão nova assim, para a luz da formalidade. Estipular regras duras para seu uso, locais de venda, controle de acesso aos menores de idade e publicidade. Exatamente como fez com o cigarro.

Assim conseguiremos evitar as consequências nefastas de uma popularização descontrolada dessa droga. E com arrecadação para custear os incontornáveis problemas que desembocarão no SUS, mais cedo ou mais tarde. Sem hipocrisia.

@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Reprodução