Coluna do Pablo Kossa

Rick Bonadio quer artista que não milite mas que seja do contra

Rick Bonadio deu mais uma opinião polêmica no Twitter que não serve para artista nenhum pensar sua carreira

Rick Bonadio deu mais uma opinião polêmica que não serve para artista nenhum pensar sua carreira
Rick Bonadio deu mais uma opinião polêmica que não serve para artista nenhum pensar sua carreira

Rick Bonadio entende de sucesso, isso é inegável. Vários artistas que emplacaram inúmeros hits passaram pelas mãos do produtor. Mamonas Assassinas, Charlie Brown Jr., Rouge, NX Zero… Uma longa lista de peso em várias vertentes artísticas. No entanto, esse currículo mercadológico não deixa o cara imune a postar coisas sem sentido.

Ontem, ele foi ao Twitter (Elon Musk, X é o cacete!) e postou: “Precisamos urgentemente de artistas novos que não sejam militantes de nada. Que sejam contra a manada, contra o sistema, contra tudo até, mas que tragam algo novo de verdade”.

Você não entendeu nada, né? Pois é, até por que não faz sentido. Para ser contra tudo, alguma militância o cara tem que ter. Nem que seja anarquista.

Dizer coisas lúcidas nunca foi o forte de Bonadio. O talento que ele tem para fazer artistas venderem não tem ligação com uma leitura pertinente da realidade.

No início de 2018, ele compartilhou no Facebook: “Sabe o que funcionaria no rock? Uma banda com influências de Led e Sabbath mas com vocal bem jovem com pegada nas melodias e que saiba rimar, fazer rap. Letras bem ácidas e agressivas. Eu acho que daria uma bela sacudida na molecada que quer colocar energia pra fora ouvindo um som forte. Alguém conhece? Existe? Me ajudem a encontrar, marca quem tem esse potencial”.

Será que Bonadio já ouviu falar no Rage Against the Machine? Parece que os caras vão mais ou menos nessa linha estética almejada pelo produtor. Só tem um probleminha: a banda lançou o primeiro disco em 1992, 26 anos antes do post de Bonadio.

Se formos generosos e tentarmos ler nas entrelinhas do que o produtor escreveu, dá para pescar algo. Bonadio almeja um artista revoltado mas sem pauta e discurso, que xingue tudo e todos mas não abrace uma causa. Típico revoltz imberbe de rede social, desses burraldos que se julgam espertalhões.

Será que o Monark já pensou em gravar um disco?

@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Divulgação